Existem
no Brasil aproximadamente 1 milhão e 500 mil pessoas com glaucoma.
Desse total, um terço é portador de glaucoma secundário, em que é
possível identificar a causa. Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma
(SBG), uma das principais razões da doença ter números tão expressivos é
o uso indiscriminado de colírios com corticoides. Com o objetivo
de chamar a atenção para o tema, a SBG, por meio de seus representantes,
protocolou pela terceira vez um pedido junto a ANVISA para que as
autoridades sanitárias criem medidas de controle em relação à venda do
medicamento.
Os médicos pedem uma regulamentação como a que ocorre com as vendas de antibióticos, em que a receita fica retida.
Os médicos pedem uma regulamentação como a que ocorre com as vendas de antibióticos, em que a receita fica retida.
“A
pessoa vai até o oftalmologista para tratar uma conjuntivite. O médico
prescreve corretamente um colírio e solicita que ela o pingue nos olhos
por cerca de uma semana. Como ela percebe um alívio rápido, passa a
utilizar o medicamento para qualquer irritação nos olhos e até para
lubrificar. Então, ela fica com o nome [do colírio] na cabeça e como não
é preciso de receita, compra o produto livremente e até o indica para
amigos”, relata Francisco Eduardo Lopes de Lima, presidente da SBG.
O
problema é que o efeito dos colírios com corticoides é cumulativo e seu
uso prolongado acaba fazendo mal para os olhos. Ainda de acordo com o
médico, o uso de colírio com corticoide por um ano (em algumas pessoas,
por seis meses) sem intervalos pode levar a glaucoma, cegueira
irreversível e até catarata. “Vemos pacientes com 18 anos ficando cegos e
que não sabiam que o colírio fazia mal”, diz o médico.“A ação desse medicamento faz com que o líquido que lubrifica o olho fique retido no interior do órgão, e a pressão ocular sobe muito. O paciente não sente nada e vai perdendo a visão periférica com o passar dos meses. Em geral, ele começa a sentir um desconforto, não vai ao médico e, para aliviar os sintomas, chega até a utilizar aqueles óculos vendidos em banca de jornal. Ele só vai procurar ajuda quando começa a bater nas coisas e a realmente não enxergar ”, completa Lima.
Saiba mais
Fonte: Site do Dráuzio Varela.
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