Dispositivo inclui sensor
que mede taxa de açúcar no sangue em tempo real e smartphone que
calcula quantidade de insulina a ser bombeada
Diabetes tipo 1: Pessoas com a doença não produzem
quantidades suficientes de insulina e sofrem com
taxa elevada de açúcar no sangue (Thinkstock)
quantidades suficientes de insulina e sofrem com
taxa elevada de açúcar no sangue (Thinkstock)
Um dispositivo portátil que funciona como um pâncreas artificial se
mostrou eficaz em controlar o diabetes tipo 1 em adultos e jovens com a
doença. Segundo os pesquisadores que desenvolveram a tecnologia, a
técnica é mais prática e segura do que as disponíveis atualmente para
tratar o problema.Pessoas com diabetes tipo 1 não produzem quantidades suficientes de
insulina, hormônio secretado pelo pâncreas responsável por tirar a
glicose da corrente sanguínea.
Atualmente, o controle da doença pode ser
feito com injeções diárias de insulina ou bombas que liberam o hormônio
conforme sua programação. No entanto, ambas as técnicas exigem que o
paciente monitore os seus níveis de açúcar várias vezes ao dia para que
não sofra uma hipoglicemia (pouco açúcar no sangue).CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Outpatient Glycemic Control with a Bionic Pancreas in Type 1 Diabetes
Onde foi divulgada: periódico the New England Journal of Medicine
Quem fez: Steven Russell, Firas H. El-Khatib, Manasi Sinha, Kendra L. Magyar, Katherine McKeon, Laura Goergen, Courtney Balliro, Mallory A. Hillard, David M. Nathan e Edward Damiano
Instituição: Universidade de Boston e do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Resultado: Um dispositivo criado por pesquisadores americanos funciona como um 'pâncreas artificial', pois secreta insulina. Além disso, controla em tempo real a taxa de açúcar no sangue do paciente com diabetes tipo 1 e reduz o risco de hipoglicemia.
O novo dispositivo, criado por pesquisadores da Universidade de
Boston e do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, é
diferente de outras tecnologias que tentam copiar a ação do pâncreas.
Segundo os especialistas, o aparelho controla a taxa de açúcar no
sangue do paciente em tempo real. Além disso, secreta, afora a insulina,
outro hormônio: o glucagon, que neutraliza a ação da insulina e que
pode ser liberado caso a taxa de açúcar no sangue do paciente diminua
demais. Essas duas ações ajudam a prevenir a hipoglicemia.
“Esse ‘pâncreas biônico’ assume completamente o controle da taxa de
açúcar no sangue. É uma solução autônoma”, disse Edward Damiano,
professor de engenharia biomédica da Universidade de Boston e um dos
autores do estudo, à rede americana CBS.
Tecnologia — O ‘pâncreas biônico’ é formado por um
pequeno sensor inserido sob a pele de um lado do abdome do paciente.
Esse sensor mede os níveis de glicose no sangue e envia essa informação a
um smartphone adaptado.
O aparelho, a partir desses dados, calcula a quantidade de insulina
ou glucagon que deve ser secretada. Os hormônios são administrados por
duas pequenas bombas ligadas a tubos finos que são inseridos sob a pele
do outro lado do abdome do paciente.
Teste — Os testes do dispositivo foram feitos em 20
adultos e 32 adolescentes com diabetes tipo 1. Todos usaram a tecnologia
durante cinco dias seguidos. Os resultados foram publicados neste
domingo na revista The New England Journal of Medicine.
Os pesquisadores concluíram que a tecnologia monitora a taxa de
açúcar no sangue de forma mais eficaz do que se os pacientes
controlassem esses níveis por conta própria. O uso da tecnologia reduziu
em 37% a necessidade de intervenções para combater a hipoglicemia e
cortou pela metade o tempo de duração de um episódio do problema em
adultos. De maneira geral, os pacientes demonstraram melhora nos níveis
de glicose no sangue com o uso do dispositivo.
Embora vejam os resultados como muito positivos, os pesquisadores
dizem que precisam testar o dispositivo em um número maior de pacientes.
Se os efeitos forem comprovados, eles poderão pedir aprovação para o
órgão regulatório americano, o Food and Drug Administration (FDA).
Veja
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