Obrigado por estar aqui , você faz parte deste número

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Cientistas criam 'pâncreas artificial' para controlar diabetes tipo 1

Dispositivo inclui sensor que mede taxa de açúcar no sangue em tempo real e smartphone que calcula quantidade de insulina a ser bombeada
Diabetes tipo 1: Pessoas com a doença não produzem quantidades suficientes de insulina e sofrem com taxa elevada de açúcar no sangue
Diabetes tipo 1: Pessoas com a doença não produzem
 quantidades suficientes de insulina e sofrem com
taxa elevada de açúcar no sangue (Thinkstock)
Um dispositivo portátil que funciona como um pâncreas artificial se mostrou eficaz em controlar o diabetes tipo 1 em adultos e jovens com a doença. Segundo os pesquisadores que desenvolveram a tecnologia, a técnica é mais prática e segura do que as disponíveis atualmente para tratar o problema.Pessoas com diabetes tipo 1 não produzem quantidades suficientes de insulina, hormônio secretado pelo pâncreas responsável por tirar a glicose da corrente sanguínea.
Atualmente, o controle da doença pode ser feito com injeções diárias de insulina ou bombas que liberam o hormônio conforme sua programação. No entanto, ambas as técnicas exigem que o paciente monitore os seus níveis de açúcar várias vezes ao dia para que não sofra uma hipoglicemia (pouco açúcar no sangue).

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Outpatient Glycemic Control with a Bionic Pancreas in Type 1 Diabetes​
Onde foi divulgada: periódico the New England Journal of Medicine
Quem fez: Steven Russell, Firas H. El-Khatib, Manasi Sinha, Kendra L. Magyar, Katherine McKeon, Laura Goergen, Courtney Balliro, Mallory A. Hillard, David M. Nathan e Edward Damiano
Instituição: Universidade de Boston e do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Resultado: Um dispositivo criado por pesquisadores americanos funciona como um 'pâncreas artificial', pois secreta insulina. Além disso, controla em tempo real a taxa de açúcar no sangue do paciente com diabetes tipo 1 e reduz o risco de hipoglicemia.
O novo dispositivo, criado por pesquisadores da Universidade de Boston e do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, é diferente de outras tecnologias que tentam copiar a ação do pâncreas.
Segundo os especialistas, o aparelho controla a taxa de açúcar no sangue do paciente em tempo real. Além disso, secreta, afora a insulina, outro hormônio: o glucagon, que neutraliza a ação da insulina e que pode ser liberado caso a taxa de açúcar no sangue do paciente diminua demais. Essas duas ações ajudam a prevenir a hipoglicemia.
 “Esse ‘pâncreas biônico’ assume completamente o controle da taxa de açúcar no sangue. É uma solução autônoma”, disse Edward Damiano, professor de engenharia biomédica da Universidade de Boston e um dos autores do estudo, à rede americana CBS.
Tecnologia — O ‘pâncreas biônico’ é formado por um pequeno sensor inserido sob a pele de um lado do abdome do paciente. Esse sensor mede os níveis de glicose no sangue e envia essa informação a um smartphone adaptado.
O aparelho, a partir desses dados, calcula a quantidade de insulina ou glucagon que deve ser secretada. Os hormônios são administrados por duas pequenas bombas ligadas a tubos finos que são inseridos sob a pele do outro lado do abdome do paciente.
Teste — Os testes do dispositivo foram feitos em 20 adultos e 32 adolescentes com diabetes tipo 1. Todos usaram a tecnologia durante cinco dias seguidos. Os resultados foram publicados neste domingo na revista The New England Journal of Medicine.
Os pesquisadores concluíram que a tecnologia monitora a taxa de açúcar no sangue de forma mais eficaz do que se os pacientes controlassem esses níveis por conta própria. O uso da tecnologia reduziu em 37% a necessidade de intervenções para combater a hipoglicemia e cortou pela metade o tempo de duração de um episódio do problema em adultos. De maneira geral, os pacientes demonstraram melhora nos níveis de glicose no sangue com o uso do dispositivo.
Embora vejam os resultados como muito positivos, os pesquisadores dizem que precisam testar o dispositivo em um número maior de pacientes. Se os efeitos forem comprovados, eles poderão pedir aprovação para o órgão regulatório americano, o Food and Drug Administration (FDA). 

Veja

Nenhum comentário: