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sábado, 31 de dezembro de 2011

Esgotos contaminam leito do rio Pium

Meio Ambiente 



Os últimos relatórios de balneabilidade publicados pelo Idema, em parceria com o IFRN, mostraram o rio Pium como destaque negativo. Dentre as várias áreas analisadas no Rio Grande do Norte, o rio Pium foi o único considerado impróprio no dia 22 de dezembro. Essa semana a situação melhorou, mas isso não deve durar muito. Com o início das chuvas do próximo ano, a tendência é que o nível de contaminação do rio aumente e mais uma vez se inclua como não indicado para banhistas.


Essa é uma avaliação do professor do IFRN, Ronaldo Diniz, responsável pela análise da balneabilidade promovida pela Idema e pelo IFRN. "Com o início das chuvas, a água irá carrear as impurezas para os rios, então é normal que nesse período de início de chuva alguns locais não passem na análise e sejam considerados impróprios", explica Ronaldo Diniz. No caso específico do rio Pium, o problema é quantidade de "esgoto" jogado nos arredores dos balneários e demais áreas com residências e pontos comerciais nas margens.

O rio Pium começa nos arredores dos balneários em Pium, recebendo água da Lagoa de Pium, também conhecida como Lagoa Azul, e de outras fontes vindas de Parnamirim. Mais à frente, todos os rios se juntam ao rio Pirangi, que 'vai bater no meio do mar", na Praia de Pirangi. A contaminação é recebida, em parte, da Lagoa Azul e dos demais rios que chegam até Pium. Os balneários dão sua contribuição, além das casas e pontos comerciais dos arredores. "Não temos como definir exatamente de onde vem a contaminação", diz Ronaldo Diniz.

Segundo Mário Júlio do Nascimento, que trabalha no conjunto de bares que compõem o balneário, é comum comerciantes e clientes jogarem "lixo" dentro do rio. "Acho um absurdo porque nós vivemos disso aqui. Não tem porque poluir", diz. Na manhã de ontem, banhistas se refrescavam nas águas do rio, ignorando a placa que dizia "imprópria" para o banho.

Mais à frente, a margem do rio começa a ser ocupada desordenadamente. Próximo ao Circo da Folia, há casas sendo construídas, inclusive com fossas, perto de uma das margens. Ali o rio se distancia da parte urbana e conseqüentemente da contaminação. Mas ela volta, bem depois, passando o cajueiro de Pirangi, na forma de uma boca de lobo que despeja água servida ininterruptamente dentro do rio. Ali por perto há casas de veraneio, restaurantes e pequenos pontos comerciais.

O fim do percurso, já como rio Pirangi, é a praia de Pirangi. Não há sinal visível na água de poluição. No entanto, um dos pontos de coleta e controle de qualidade da água da praia fica justamente onda a boca de lobo despeja esgoto no rio. De acordo com Ronaldo Diniz, o ponto de controle, que fica "embaixo" da ponte nova de Pirangi, sempre figura entre os mais poluídos. "Não há praia ali, fazemos unicamente o controle para verificar a influência sobre a qualidade da água na praia. Mas ali sempre há níveis de coliformes fecais superiores ao permitido", aponta.

A responsabilidade por coibir e controlar o despejo de água servida nos rios é dos municípios, no caso do rio Pium, Natal e Parnamirim.

Tribuna do Norte 

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