Material do caderno de matemática também informa, equivocadamente, que a capital da Paraíba é Manaus.
A cada bimestre do
período letivo, o estudante recebe uma nova apostila. Além disso, cada
série contém uma relação de material pedagógico diferente. Em janeiro, a
prefeitura empenhou R$ 3.798.609,68 à Ediouro Gráfica e Editora Ltda.
para que as apostilas fossem impressas.
De acordo com a professora
e diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio
(SEPE-RJ), Susana Gutierrez, os erros são constantes no material
pedagógico da prefeitura. Segundo ela, se fizessem uma revisão minuciosa
em todas as apostilas, "milhares de erros surgiriam". Susana também diz
que o conteúdo elaborado pela SME é inadequado ao contexto de muitas
comunidades onde ocorrem as aulas.
— As crianças do Complexo da
Maré lêem uma história em quadrinhos do Caderno de Leituras do 4º e 5º
ano onde dois meninos conversam sobre a troca de celulares. Um deles
fala que já tinha trocado três vezes de aparelho no ano, e que agora
estaria com um iPhone. É totalmente fora da realidade deles — argumenta
Susana.
Ainda segundo a educadora, não há critérios claros
estabelecidos pela SME para convocar os professores que vão produzir o
conteúdo das apostilas.
— Esse material acaba tirando toda nossa
autonomia pedagógica. Nós preferiríamos usar livros didáticos que
constam no Plano Nacional do Livro Didático (recomendados pelo
Ministério da Educação) — disse Susana.
Em nota, a SME comunica
que identificou os erros das capitais estaduais do Nordeste, referentes
ao caderno utilizado no 2º bimestre do 5º ano. A SME informou ainda que,
quando erros são identificados, a determinação dada aos professores é
para que eles façam as correções tão logo o material começar a ser
utilizado".
— Eles já me orientaram a rasgar ou arrancar as páginas que contivessem erros — atacou Susana.
Globo.com
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