Priples é acusada de crime contra a economia popular. Já são 14 queixas de pessoas que se sentiram lesadas após ingressarem no negócio.
Foto: Priples propõe que particiante poste
perguntas na internetCréditos: Site da empresa
perguntas na internetCréditos: Site da empresa
Depois
de uma ação da Justiça do Acre que bloqueou todas as negociações da
Telexfree no país, a Polícia de Pernambuco investiga empresas de
marketing multinível que atuam com a promessa de dinheiro fácil e já
estariam agindo na Paraíba. O alvo das investigações agora é a Priples,
com endereço em Jaboatão dos Guararapes (na região metropolitana de
Recife). A empresa é acusada de crime contra a economia popular.
Segundo a polícia, já são 14 queixas de pessoas que se sentiram lesadas após ingressarem no negócio que pode ser fraudulento. De acordo com levantamento do Indicador Serasa Experian, no país, a cada 15,6 segundos, um consumidor brasileiro é vítima da tentativa de fraude. Além desses negócios pela Internet, o Serasa Experian também aponta como campeão das denúncias o roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos ou fazer um negócio sob falsidade ideológica.
Segundo a polícia, já são 14 queixas de pessoas que se sentiram lesadas após ingressarem no negócio que pode ser fraudulento. De acordo com levantamento do Indicador Serasa Experian, no país, a cada 15,6 segundos, um consumidor brasileiro é vítima da tentativa de fraude. Além desses negócios pela Internet, o Serasa Experian também aponta como campeão das denúncias o roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos ou fazer um negócio sob falsidade ideológica.
No
Brasil, entre janeiro e maio de 2013, o Indicador Serasa Experian
verificou 837.641 tentativas de fraudes. No mesmo período no ano
passado, houve 818.629 registros e, em 2011, 798.348 entre janeiro e
maio.
Marketing multinível e a promessa de dinheiro fácil
Durante
entrevista exclusiva ao programa Correio Debate, da 98 FM, o delegado
pernambucano Carlos Couto explicou que a Priples alega ser uma empresa
que promete vendas através de publicidade digital. Porém, ele sustenta
que os primeiros indícios são de que o negócio funcione com a promessa
de dinheiro fácil, com ganhos vindos através de postagens simples e
rápidas na internet, além da indução ao recrutamento de cada vez mais
pessoas, o que caracterizaria a pirâmide financeira.
"A Priples
promete lucro de 60% sobre o investimento inicial, no primeiro mês de
atividades do participante. Com isso, há aqueles que se desfazem de bens
e investem altos valores financeiros com a intenção de receber cada
vez mais dinheiro, através da postagens online. No entanto, se for
caracterizada a pirâmide, é preciso entender que o ingresso de um número
alto de pessoas, através dos recrutamentos, vai saturar o negócio e
trazer prejuízos para todos os envolvidos", diz o delegado.
Entre
as principais queixas, Couto revela que as vítimas alegam não terem
recebido os pagamentos ou perceberam que o cadastro de participação nas
atividades da Priples não foi ativado.
Em
João Pessoa, já existem pessoas que se dizem vítimas dessas empresas.
Uma delas, que teria investido no negócio, não quis se identificar, mas
relatou por telefone ter gasto cerca de R$ 3 mil reais para participar.
Ela fala que não recebeu nada até agora e lamenta o prejuízo: "Você não
passa cinco minutos para fazer as postagens de internet que eles nos
pedem. Fui influenciado por amigos que estavam participando e acabei
entrando. Tive que vender minha moto para fazer parte da ideia. Não
recebi nada e agora estou sem meu veículo e sem dinheiro. Demorei 15
dias para perceber que havia algo errado".
O delegado pernambucano
Carlos Couto alerta para que as pessoas pesquisem e investiguem essas
formas de negócios antes da adesão através de investimentos. "Perguntem e
se informem sobre as empresas, contratos. Não se deixem levar por
promessas de ganhar dinheiro fácil, porque, mais cedo ou mais tarde,
poderá haver sérios prejuízos".
Na capital paraibana, além da
Telexfree e da Priples, outra empresa que ficou conhecida como uma das
que opera de forma semelhante é a BBom. Porém, o representante da marca
em João Pessoa, César Brandão, nega que se trate de uma pirâmide
financeira. "A BBom está no mercado há 17 anos e oferece produtos e
serviços concretos. Não temos nenhum tipo de postagens por internet e
trabalhamos com seriedade e compromisso. A marca opera em todo o Brasil
através de franquias", garante.
Ações da justiça
Recentemente, a justiça do Acre bloqueou as operações da Telexfree,
empresa que se popularizou como negócio de venda de pacotes de
telefonia via internet (VoIP, na sigla em inglês) por meio de marketing
multinível, como se apresenta. Segundo a decisão do STJ acreano, a
hipótese é de que há um sistema de pirâmide financeira.
O
Ministério Público daquele Estado pretende realizar uma ação civil
pública para que as pessoas que investiram dinheiro na Telexfree sejam
ressarcidas, em todo o Brasil.
Outros tipos de fraude
Pesquisas
da Serasa Experian apontam que estão mais suscetíveis às fraudes os
consumidores que tiveram seus documentos roubados. Com apenas uma
carteira de identidade ou um CPF nas mãos de golpistas, dobra a
probabilidade de ser vítima de uma fraude.
Em João Pessoa, um dos
casos que chamou a atenção em 2013, foi de um pastor que aplicou golpe
em mais de 300 pessoas vendendo o sonho da casa própria a preços
populares, em bairros como Bessa, Altiplano e Mangabeira. O valor do
imóvel seria R$ 50 mil.
O vendedor Paulo Farias, 27 anos, por
pouco não caiu neste crime, mas teve familiares envolvidos. Ele está
noivo e pretende se casar em 2014. Como qualquer brasileiro, Paulo sonha
em ter uma casa própria e só não caiu no golpe porque desconfiou do
pastor.
Ele contou que participou de reuniões em uma escola no
bairro de Mangabeira. Várias pessoas tinham que pagar uma taxa de adesão
no valor de R$ 250 a R$ 400 e a prestação ficaria em torno de R$ 500.
As casas eram oferecidas nos tamanhos de 50m, 70m em bairros nobres da
Capital. "Não senti verdade nesse pastor, por isso procurei o CNPJ da
empresa. Ao consultar os dados cadastrais percebi que não existia
terreno, registro imobiliário ou fábrica de tijolos ecológicos, como era
oferecido", comentou Paulo.
A vítima resolveu gravar uma
conversa telefônica com o suposto pastor Paulo Henrique para fechar o
negócio, com tudo monitorado pela Polícia Federal. "Fiquei com medo, mas
tive que cumprir meu dever de cidadão; fiquei feliz com a constatação
do crime e por saber que contribuí para evitar que mais pessoas caíssem
nessa fraude. Na ocasião, março de 2013, quem fez a prisão por
estelionato foi o delegado de Defraudações, Gustavo Carlito", disse a
vítima.
As principais tentativas identificadas pela Serasa Experian:
-
Emissão de cartões de crédito: o golpista solicita um cartão de crédito
usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta “ para a
vítima e o prejuízo para o emissor do cartão.
- Financiamento de
eletrônicos (Varejo) – o golpista compra um bem eletrônico (TV, aparelho
de som, celular etc.) usando uma identificação falsa ou roubada,
deixando a conta para a vítima.
- Golpe: compra de celulares com documentos falsos ou roubados.
-
Abertura de conta: golpista abre conta em um banco usando uma
identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima, neste
caso toda a “cadeia” de produtos oferecidos (cartões, cheques)
potencializam possível prejuízo às vítimas aos bancos e ao comércio.
- Compra de automóveis: golpista compra o automóvel usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima.
-
Abertura de empresas: dados roubados também podem ser usados na
abertura de empresas, que serviriam de ‘fachada’ para a aplicação de
golpes no mercado.
A Serasa Experian responde diariamente a 6
milhões de consultas por dia, auxiliando 500 mil empresas de diversos
portes e segmentos a tomar a melhor decisão em qualquer etapa de
negócio: prospecção, desde a prospecção até a recuperação.
Precaução
A pesquisa revela a importância de o consumidor adotar cuidados simples em seu dia a dia, como:
- Não fornecer seus dados pessoais para pessoas estranhas;
-
Não fornecer ou confirmar suas informações pessoais ou número de
documentos pelo por telefone, cuidado com promoções ou pesquisas;
-
Não perder de vista seus documentos de identificação quando solicitados
para protocolos de ingresso em determinados ambientes ou quaisquer
negócios;
- Não informar os números dos seus documentos quando preencher cupons para participar de sorteios ou promoções de lojas;
-
Não fazer cadastros em sites que não sejam de confiança; cuidado com
sites que anunciam oferta de emprego ou promoções. Fique atento às dicas
de segurança da página, por exemplo, como a presença do cadeado de
segurança.
- Cuidado com dados pessoais nas redes sociais que
podem ajudar os golpistas a se passar por você, usando informações
pessoais, como por exemplo, signo, modelo de carro, time por que torce,
nome do cachorro etc.;
- Manter atualizado o antivírus do seu
computador, diminuindo os riscos de ter seus dados pessoais roubados por
arquivos espiões.
Quando for vítima de roubo, perda ou extravio
de documentos, a primeira medida é cadastrar a ocorrência gratuitamente
na base de dados da Serasa Experian, no link www.serasaconsumidor.com.br.
Esta informação estará disponível na mesma hora para o mercado. Depois,
o consumidor deve fazer um boletim de ocorrência. Assim, sempre que ele
for consultado, o concedente de crédito saberá que se trata de um
documento roubado e terá mais cuidado ao fechar um negócio.
O
consumidor pode, ainda, consultar gratuitamente o seu CPF em uma das
agências da Serasa Experian em todo o país. Os endereços estão no site www.serasaconsumidor.com.br.
Fonte: Portal Correio
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