De acordo com Ricardo Barbuti, gastroenterologista membro da
Federação Brasileira de Gastroenterologia, a capacidade de produzir a
lactase é geneticamente determinada.
De acordo com
Ricardo Barbuti, gastroenterologista membro da Federação Brasileira de
Gastroenterologia, a capacidade de produzir a lactase é geneticamente
determinada. "Quem tem a predisposição para produzir menos enzimas, na
medida em que o tempo passa, vai perdendo a capacidade de digerir a
lactose. Todo mundo que tem geneticamente uma intolerância, tem uma má
absorção de lactose, mas isso não causa sintomas sempre", disse Barbuti.
Há países, como o Japão, em que praticamente toda a população tem essa
característica.
O especialista explica que geralmente os sintomas
aparecem entre meia hora e uma hora depois da ingestão do leite ou
derivados, como chocolate, sorvetes, leite condensado, creme de leite,
iogurte, manteiga, pudins e queijos. Barbuti ressalta porém, que isso
depende do grau de intolerância à lactose e de quanta lactose tem o
alimento ingerido. 'Queijos quanto mais duros, menos lactose. Um
parmesão, por exemplo, tem pouca lactose, enquanto um queijo mais mole
tem mais lactose" explicou o especialista.O Iogurte, por exemplo, tem menos lactose, já que o leite é fermentado e, no processo de fermentação, as bactérias consomem a lactose.
Já para Simone Rocha, nutricionista presidente da Associação de Nutricionistas do Distrito Federal, outro fator que pode causar intolerância alimentar de qualquer tipo, inclusive à lactose, é a superexposição a determinado alimento. "A superexposição pode causar intolerância, porque você come tanto que o seu organismo não consegue produzir enzimas para quebrar tudo", explica Simone.
De acordo com Barbuti, as pessoas estão tendo mais acesso ao diagnóstico de intolerância à lactose. "O médico está mais atento a esse problema. O exame mais comum, que é o teste sanguíneo, é de fácil execução e está mais disponível à população, inclusive pelo SUS [Sistema Único de Saúde]", avaliou o especialista. Ele conta que existe ainda um teste genético, em que os genes do paciente são estudados para saber se existe carga para a intolerância, porém este exame está disponível em pouquíssimos lugares no Brasil.
O especialista ressalta que existe diferença entre intolerância alimentar e alergia, que é uma reação imunológica descontrolada do organismo a alguma substância.
Para quem tem intolerância à lactose e faz questão de continuar consumindo derivados do leite, Barbuti explica que existem no mercado comprimidos de lactase. No Brasil, a lactase é encontrada apenas nas farmácias de manipulação, pois, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a enzima lactase é um medicamento de origem biológica.
Em outros países, no entanto, a enzima é considerada alimento e tem venda liberada em farmácias e supermercados. Segundo a agência reguladora, ainda não há, no país, interesse das empresas em desenvolver o produto para vendas nas farmácias.
Outra alternativa para não passar mal ao ingerir derivados de leite são os probióticos, "as bactérias do bem", que quando tomadas continuamente podem melhorar a digestão da lactose. Estes recursos são especialmente importantes para mulheres que já passaram pelo período da menopausa e precisam ingerir derivados do leite para absorverem cálcio.
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