Por Isaac Ribeiro - Repórter
Quando chega o período
junino, o milho ganha ares de celebridade. Ele estampa cartazes,
anúncios em jornais e revistas, posts nas redes sociais, vídeos na
televisão. Nos arraiás, ele é consumido cozido, assado, em forma de
canjica, pamonha, mungunzá, bolo, cuscuz, polenta, curau, dependendo da
região. É um sucesso! Mas será que as pessoas realmente sabem o valor
nutricional que o grão dourado tem? Alimento funcional e nutritivo, os grãos e derivados do milho, como o óleo e a farinha, possuem propriedades essenciais à saúde. O
milho é considerado um alimento bem completo, dos mais nutritivos, pois
é rico em carboidratos, proteínas, vitaminas A e do complexo B e
aminoácidos, além de fibras, presentes em sua casca. Sem falar em seus
derivados, como a farinha e o óleo.
Sua importância para a dieta humana vai muito além dos quitutes juninos. Suas propriedades funcionais atuam na prevenção de doenças cardiovasculares e degenerativas, como alguns tipos de câncer. De acordo com a nutricionista Rossana Mello, os carotenóides presentes em sua composição são essenciais também no estímulo do sistema imunológico e agem como antioxidantes.
“As propriedades funcionais do milho são reforçadas também pela presença de fitoquímicos, sendo os mais abundantes o ácido fenólico, o ácido ferúlico e os flavonóides, estando associado à redução dos danos em células neuronais e à redução da lesão pré-cancerosa de câncer de cólon”, comenta a nutricionista.
Até o bagaço do milho é benéfico à nossa saúde. As fibras presentes no grão, resultantes do processamento por meio da moagem, influenciam no perfil das lipoproteínas — conjunto de proteínas e lipídeos que ajudam o transporte da gordura pelo plasma — e nos níveis de colesterol sanguíneo, conhecidos fatores de risco de doenças cardiovasculares, como esclarece a Rossana Mello.
“Esses efeitos têm sido atribuídos pelo importante papel exercido pela fibra na redução do tempo de trânsito intestinal e pelos benefícios na própria flora intestinal, quanto à influência direta no metabolismo de ácidos biliares e na absorção de colesterol, triglicérides e outros lipídeos séricos no intestino”, diz Rossana.
Mas apesar de todas as propriedades nutricionais, o consumo indiscriminado, principalmente do amido de milho, presente em produtos industrializados, com carboidratos refinados em excesso, podem causar acúmulo de gordura, entre outros males.
Para um consumo ideal do milho, a nutricionista Rossana Mello recomenda não exagerar na quantidade, procurar consumi-lo da forma mais natural possível, evitando ao máximo as conservas; e preferir canjicas e pamonhas feitas em casa. “Comendo com moderação, você pode aproveitar as delícias juninas e ainda assim manter a forma. Afinal, sentir-se bem também envolve participação cultural.”
Tribuna do Norte
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