Os divulgadores da TelexFree que
aguardam o desbloqueio do dinheiro da empresa pela Justiça brasileira
poderão ter uma surpresa amarga ao fim da jornada de mais de seis meses
de silêncio: o valor encontrado e apreendido pode não ser suficiente
para ressarcir todas as pessoas que investiram na empresa. Investigada por formação de pirâmide
financeira, a TelexFree teve 660 milhões de reais em bens e dinheiro
retidos, após determinação do Tribunal de Justiça do Acre, em junho do
ano passado.
Mas, segundo a promotora do Ministério Público do Acre, Alessandra Garcia Marques, que investiga o caso, os cerca de 1,3 milhão de divulgadores (como são chamados os revendedores da empresa) podem receber apenas um valor simbólico. Isso porque, caso o ressarcimento seja igualitário, renderá cerca de 500 reais por pessoa. “A empresa alega que 200 milhões de reais são suficientes para ressarcir, mas nunca provou isso”, disse a promotora em entrevista ao site de VEJA.
Mas, segundo a promotora do Ministério Público do Acre, Alessandra Garcia Marques, que investiga o caso, os cerca de 1,3 milhão de divulgadores (como são chamados os revendedores da empresa) podem receber apenas um valor simbólico. Isso porque, caso o ressarcimento seja igualitário, renderá cerca de 500 reais por pessoa. “A empresa alega que 200 milhões de reais são suficientes para ressarcir, mas nunca provou isso”, disse a promotora em entrevista ao site de VEJA.
Para entrar na TelexFree, cada
divulgador pagava uma taxa de adesão de cerca de 100 reais e precisava
comprar pacotes de contas de telefonia via internet — o mais barato
estava em torno de 600 reais. Quanto mais pacotes eram adquiridos,
maiores as chances de o divulgador ver seu dinheiro duplicar (ou
triplicar) em poucos meses.
Alessandra afirmou ainda que não recebeu
qualquer pedido da TelexFree para colocar fim ao caso. O MP propôs à
empresa um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o objetivo de
tentar encerrar o caso e usar o valor bloqueado para devolver aos
divulgadores. Contudo, a TelexFree, por meio de seu diretor Carlos
Costa, se negou a assinar o documento.
A promotora informou que a única proposta feita pela TelexFree foi a
de sub-rogação, que consiste na permissão para que outra empresa assuma
os débitos da companhia cujos bens estão bloqueados. Tal mecanismo,
caso fosse aceito, permitiria que a TelexFree retomasse suas atividades,
livre de qualquer dívida judicial. “Mas não posso aceitar essa proposta
porque eles poderiam simplesmente passar (as dívidas) para uma empresa
estrangeira e os divulgadores teriam ainda mais dificuldade para
serem ressarcidos”, afirma.
A operação da TelexFree no Brasil foi
bloqueada em junho do ano passado, após uma força-tarefa de Ministérios
Públicos apurar irregularidades em inúmeras empresas que praticam o
chamado “marketing multinível”, que consiste na remuneração dos
vendedores com base não só na venda direta de produtos, mas também na
quantidade de novos vendedores que conseguem trazer para a empresa. No
caso da TelexFree, os vendedores são chamados de divulgadores.
A empresa alega que comercializa,
tanto no Brasil como no exterior, um sistema de telefonia via internet,
de tecnologia Voip (Voice Over Internet Protocol). O problema detectado
pelo Ministério Público é que a maior parte da receita da empresa não é
proveniente da venda de produtos, e sim do fato de os
“divulgadores” investirem dinheiro no negócio sem ao menos vender
qualquer tipo de plano Voip. Ao longo de 2013, o site de VEJA conversou
com diversos divulgadores que sequer haviam usado o sistema Voip. Seu
trabalho consistia em investir na empresa e passar o dia postando
mensagens em sites da internet e redes sociais chamando novas pessoas
para aderir à TelexFree. “O dinheiro dos novos entrantes era direcionado
para pagar o lucro dos que entraram primeiro, daí o nome de pirâmide.
Esse tipo de negócio é insustentável no longo prazo”, explicou o
procurador Hélio Telho, do MP de Goiás.
Fontes:
Veja
Extraído do Blog do BG
Extraído do Blog do BG
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