A Caatinga ocupa 11% do território nacional, está
presente em 11 estados
A forma desordenada com que a Caatinga, único bioma exclusivamente
brasileiro, vem sendo devastado ao longo dos anos preocupa cada vez mais
os especialista. A Caatinga ocupa 11% do território nacional, está
presente nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e Minas Gerais; e abriga
uma população de 27 milhões de pessoas, segundo dados do Ministério do
Meio Ambiente (MMA). Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies
de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241
de peixes e 221 de abelhas.O engenheiro Agrônomo, Fabrício Edino Barbosa Jales, formado pela
Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), revela sua preocupação
com esse importante bioma.
“A Caatinga existe apenas no Brasil e é um patrimônio muito valioso que
precisa ser melhor avaliado pela população e pelas autoridades. É
importante que as instituições unam esforços para preservá-la, já grande
parte das soluções de desenvolvimento regional passa por esse bioma. É
possível conciliar produção econômica e desenvolvimento com a
conservação, que resguarda e potencializa o desenvolvimento", afirma.
Segundo ele, a Caatinga é o bioma brasileiro de mais difícil
restauração. As ações de restauração são muito mais caras do que as de
conservação, então a conservação é sempre o melhor caminho. No entanto,
muitos produtores preferem erradicar a caatinga para plantar pasto,
quando poderia plantar o pasto e preservar a vegetação natural, com
técnicas simples.
Outra saída apontada por Fabrício para a preservação da caatinga seria a
criação e gestão de áreas protegidas, fomento à pesquisa, educação
ambiental e desenvolvimento sustentável.
Espécies animais estão ameaçadas de extinção
Além da destruição da vegetação, a ação desordenada do homem nesse
bioma tem feito com que alguns animais, como o tatu-bola, espécie
exclusivamente brasileira, estejam ameaçados de extinção “Essa espécie é
uma bandeira de preservação. A proteção do tatu-bola, de seu habitat,
significa a proteção do bioma. O tatu-bola corre sério risco de ser
extinto nos próximos 50 anos devido principalmente à degradação
ambiental”, alerta Fabrício Barbosa.
Segundo ele, a extinção dos animais está associada à existência de
núcleos de desertificação na região, áreas com alto grau de degradação
ambiental onde o solo está exposto e exibe acentuada erosão, há pouca
diversidade biológica e pouca cobertura vegetal. “O polígono de maior
risco de desertificação no Brasil está no Nordeste. Por já ser uma
região semiárida, a Caatinga é o bioma mais ameaçado pelas mudanças
climáticas", alerta.
O agrônomo faz alerta sobre a importância das áreas de preservação. “A
Caatinga é considerada por especialistas o bioma brasileiro mais
sensível à interferência humana e às mudanças climáticas globais. Apesar
disso, apenas 7,5% de seu território está protegido em Unidades de
Conservação (UCs) e apenas 1,4% dessas reservas é áreas de proteção
integral”, enfatiza. A região Nordeste tem 364 reservas registradas no
Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Apenas 113 (ou 31%)
têm como objetivo proteger a Caatinga, embora esse bioma seja
predominante em todo o semiárido brasileiro. “Essa é uma contradição que
precisa ser revertida”, afirma.
Matéria extraída do Blog Lajes do Cabugi
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