Pessoas
diagnosticadas com diabetes na meia idade — ao redor dos 50 anos — têm
mais probabilidade de sofrer perdas significativas de memória e de
cognição depois de 20 anos, comparadas com indivíduos que mantêm taxas
de glicose normais no sangue. A revelação está descrita na edição de
terça-feira do periódico Annals of Internal Medicine. Pesquisadores
Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg descobriram que o
diabetes envelhece a mente cinco anos mais rápido que o normal. O
declínio de memória e de funções cognitivas está fortemente associado à
demência.
A
lição é que, para ter um cérebro saudável aos 70 anos, você precisa se
alimentar direito e se exercitar aos 50”, afirma a líder do estudo,
Elizabeth Selvin, professora de epidemiologia da Escola de Saúde Pública
Johns Hopkins Bloomberg.
No
estudo, Elizabeth e sua equipe analisaram dados de 15 792 adultos
acompanhados de 1987 a 2013. Os pesquisadores compararam a perda
cognitiva associada ao envelhecimento com o declínio observado nos
voluntários do estudo. A perda foi 19% maior do que a esperada entre os
participantes que não controlavam o diabetes adequadamente.
Se
nós prevenirmos e controlarmos o diabetes de maneira melhor, poderemos
evitar a progressão da demência em muitas pessoas”, diz Elizabeth.
“Retardar o surgimento da demência em alguns anos pode ter um impacto
enorme na população, incluindo ganho de qualidade de vida e menos gastos
com saúde.”
Um
dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2 é o acúmulo da
gordura visceral, ou seja, a gordura acumulada na região abdominal que
também se concentra no fígado e entre os intestinos. “Essa gordura
obriga o pâncreas a produzir cada vez mais insulina para que a glicose
consiga entrar nas células. Esse excesso estimula uma série de mudanças
no metabolismo, como aumento da pressão arterial e das taxas de
colesterol no sangue”, explica Carlos Alberto Machado, diretor da
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Portanto, o ganho de peso pode
significar o aumento da gordura visceral e, consequentemente, do risco
de diabetes tipo 2.
(Veja)
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