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sábado, 22 de outubro de 2011

Dia Internacional de Atenção à Gagueira


No dia 22 de outubro de 1998 foi criado o Dia Internacional de Atenção à Gagueira. Esta data foi escolhida pela International Fluency Association (IFA - Associação Internacional de Fluência) e pela International Stuttering Association (ISA - Associação Internacional de Gagueira).
Desde o início, o Brasil participou das comemorações com diversas ações voltadas para as pessoas que gaguejam, para familiares, para profissionais e para a população em geral.

Campanhas brasileiras

Em 2005, pela primeira vez, houve uma campanha do DIAG abrangendo todo o território brasileiro. Os temas abordados até o momento foram:
DIAG 2005: Tratamentos para a gagueira.
DIAG 2006: Causas da gagueira.
DIAG 2007: Gagueira infantil.
DIAG 2008: Intervenção precoce.
DIAG 2009: Gagueira na escola.
DIAG 2010: Seu filho Gagueja?

Acompanhe a seguir  os Relatos de Histórias que mobilizam e emocionam,  relacionados à Gagueira:


T. - 44 anos - Pedagoga - Familiar de pessoa que gagueja
Ao se planejar e esperar um filho há preocupações com pré-natal, parto, primeiros cuidados, vacina, teste do pezinho, da orelhinha, mas ninguém supõe a possibilidade de seu filho ter gagueira. Assim foi conosco com a chegada do JV: muito cuidado, carinho e atenção até que ao procurar uma fonoaudióloga para tratamento quanto à troca do r pelo l, fomos informados que nosso filho tinha gagueira. Foi uma surpresa, seguida de momentos de angústia pelo desconhecimento sobre o assunto e a falta de formação específica, em gagueira, da profissional que nos atendeu naquele momento. Nosso filho ficou 2 anos em tratamento e a fonoaudióloga não conseguia evoluir no trabalho. As sessões pareciam mais psicoterapia e, nas sessões de retorno jogava uma culpa imensa nos pais. Cada encontro era uma novidade, dizendo que o problema foi no desmame, depois na retirada das fraldas e na relação do casal. No meio do tratamento minha angústia era tão grande que comecei a buscar informação na internet. Foi quando descobri a ABRAGAGUEIRA e o INSTITUTO BRASILEIRO DE FLUÊNCIA. Troquei e-mail com especialistas, li livros e recebi informações esclarecedoras por meio dessas organizações. E para nossa tranquilidade, conhecemos uma profissional especializada em gagueira que apresentou informações científicas sobre avanços no tratamento da gagueira. Trocamos prontamente de profissional! Ela nos explicou a proposta do trabalho, que o objetivo era reduzir o nível da gagueira e conscientizar o JV quanto ao seu papel de portador da gagueira. O tratamento durou um ano. Nosso filho criou uma imagem positiva de aceitação de sua fala e a gagueira foi reduzida, conforme proposto pela profissional. É um menino inteligente e cheio de argumentação na sua fala. Não basta ser fonoaudiólogo para tratar, o profissional tem que ser um estudioso do assunto e se especializar!

D.S, 25 anos, estudante de Administração – Pessoa que Gagueja
Hoje é o dia de atenção a gagueira. Para mim é como todos os dias, pois sempre preciso estar atento aos bloqueios e deslizes da minha fala. Minha história com a gagueira é longa, remete à minha primeira infância. Logo, estou atento há muitos e muitos dias, e fico feliz que mais pessoas possam estar atentas a essa disfunção, inclusive as que não sofrem deste mal.
Falando nisso, o que é ser uma pessoa que gagueja? Não é simples responder, mas imagino que seja uma pessoa que precisa tomar cuidado em determinadas situações em que vai falar, pois de fato há situações que podem deixar a pessoa que gagueja constrangida. Vendo por este lado, todas pessoas têm situações que precisam planejar para conseguir enfrentar, cada uma com seus problemas. Eu preciso me concentrar mais do que os outros para tentar falar aquilo que sinto e que penso. Acredito que isso é isso que a gagueira provoca na gente, por meio de bloqueios e repetições da nossa voz.
Mas o que fazer para melhorar? Eu fui levado a terapia quando era pequeno sem muita consciência, vindo bem mais tarde, com vinte e três anos, procurar atendimento especializado. Lá eu entrei em contato com o que havia de melhor na minha cidade para os portadores de gagueira. Então se eu pudesse aconselhar a pessoa que gagueja - seja a gagueira dela leve ou aguda, crônica ou eventual -, eu sugiro que faça o que tiver a sua disposição, mas caso tiver possibilidade de começar com profissionais da fonoaudiologia especializados em gagueira, não perca tempo. Eles são as melhores pessoas para isso. E embora não haja cura absoluta para eventuais bloqueios e hesitações, existe a possibilidade de se aceitar e deixar com que a gagueira não ocupe tanto lugar assim na sua vida!”

G. - 48 anos - psicólogo - pessoa que gagueja
Sem falsa modéstia sou um bom exemplo de superação da gagueira. Lembro numa ocasião quando tinha 16 anos e era office-boy de um Hotel. Fui encaminhado ao cartório para fazer um serviço. Quando cheguei lá peguei uma senha e fiquei aguardando ser atendido. Percebi, no entanto, que outras pessoas passavam na minha frente. Tentei sem sucesso que fosse atendido algumas vezes, até que perdi a paciência e parti para briga (comecei a reclamar do atendimento). Como gaguejava muito por causa do nervosismo, simplesmente não entendiam absolutamente nada do que falava. Foi então que chamaram alguém da minha empresa para saber o que estava acontecendo.
Hoje com 22 anos de trabalho na CAIXA, 10 anos atuando como gerente, e atualmente como instrutor na CAIXA. Psicólogo de formação com especialização em Gestão de Pessoas (ambos na UFSC). Também Empresário, pois possuo uma Padaria no Norte da Ilha. Tenho três filhos e um enteado, uma filha adotiva e um neto. Nenhum deles apresenta gagueira.

Não tive suporte familiar para tratar a gagueira. Pelo contrário, sempre fui motivo de zombaria. Tive seis irmãos, dos quais cinco homens. Sou o único que apresentou gagueira. Não tenho notícias de descendentes com gagueira. Além da gagueira, apresentava diversos outros distúrbios, que obviamente não vem a interessar, mas que somados eram juntos um enorme obstáculo a ser vencido. Hoje me sinto assim, UM VENCEDOR!

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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