Por Marcela Ulhoa - Correio Braziliense
O
derrame cerebral, nome popular do acidente vascular cerebral (AVC),
ocorre subitamente em qualquer idade, sexo ou classe social. Ele é a
segunda causa de morte no mundo, responsável por 6 milhões de óbitos a
cada ano, e a principal causa de incapacitação devido às sequelas.
Problemas cognitivos, como perda de memória e dificuldade de
concentração, estão entres as consequências do mal. Desconfortos que,
segundo pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, podem ser
amenizados pela prática de exercícios físicos.
Seis meses de
treino aeróbico aliado a atividades de resistência podem melhorar em até
50% dos casos os problemas cognitivos após o derrame. A atividade
física já era conhecida como uma importante aliada na recuperação das
funções motoras, também comprometidas pelo AVC, mas é a primeira vez que
são estudados os benefícios para o cérebro. De acordo com a médica
Susan Marzolin, autora do artigo, o comprometimento cognitivo leve
ocorre em até 64% das pessoas que sofrem um derrame e pode aumentar em
três vezes o risco de mortalidade após o problema vascular. “Ele também é
associado ao aumento das taxas de institucionalização dos pacientes e à
diminuição das atividades funcionais diárias. Além disso, o
comprometimento cognitivo aumenta o risco do desenvolvimento de
demência”, explica Marzolin.
O que a pesquisadora defende é que
levantar peso não só melhora a força muscular, assim como caminhar não
ajuda apenas no condicionamento cardiorrespiratório. As duas atividades,
quando realizadas em conjunto e com frequência, podem também incentivar
a neurogênese dos pacientes que sofreram um AVC. Além disso, Marzolin
acrescenta que evidências recentes relacionam a atrofia cerebral e o
pobre desempenho cognitivo ao aumento da massa gorda em pessoas com
início de Alzheimer.
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