Por Camila Maciel
São
Paulo – Uma em cada três brasileiras vai desenvolver osteoporose,
doença que enfraquece os ossos, após a menopausa, aponta estudo da
Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).
Apesar do alto percentual entre a população feminina, apenas 39% das
mulheres com mais de 45 anos já fizeram algum exame para detectar a
doença. Para reforçar a necessidade de prevenção e do diagnóstico
precoce, a associação promove hoje (20), no Dia Mundial de Combate à
Osteoporose, a campanha nacional Seja Firme Forte.
A costureira Maria Bueno Dedin, de 69 anos, descobriu a doença há
apenas cinco anos, quando fez a primeira densitometria óssea. “Descobri
em um exame de rotina. Nunca senti nenhuma dor que indicasse a doença.
Agora faço o exame todo ano para acompanhar”, disse. Com tratamento à
base de remédios, ela conseguiu estabilizar a perda de massa óssea que
caracteriza a osteoporose. Assim como a costureira, cerca de 50% das
mulheres fazem o exame tardiamente, somente entre 51 e 60 anos, quando o
ideal seria logo após o início da menopausa, aponta a associação.
Maria Bueno passou pela Estação Liberdade do metrô, na manhã de
ontem (19), onde a equipe da campanha distribuía cartilhas e orientava a
população sobre medidas de prevenção à osteoporose. Ações como esta
serão feitas pela Abrasso até amanhã (21) em pontos de grande circulação
da capital paulista, como estações de metrô e parques públicos.
Cerca
de 10 milhões de brasileiros sofrem com o problema, de acordo com a
associação. As cartilhas também serão distribuídas em Minas Gerais, no
Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal.Nas atividades também haverá o cadastramento de mulheres com mais de
65 anos que nunca tenham feito uma densitometria óssea, exame que mede a
densidade mineral óssea e a compara com padrões para idade e sexo .
Elas poderão fazer o exame gratuitamente na clínica médica Casa Branca,
que integra a campanha na capital paulista.Até 3 mil mulheres paulistas, durante os meses de novembro a
janeiro, devem ser atendidas pela iniciativa. “Nessa faixa etária ainda
existem muitas mulheres que não fizeram o exame”, disse Vinícius
Finardi, coordenador de atendimento ao cliente da clínica.
Levantamento feito pela Abrasso mostra que dos 1.717 equipamentos
para o exame em funcionamento atualmente, apenas 367 estão no Sistema
Único de Saúde (SUS). Também há grande disparidade do ponto de vista
regional, já que a maior parte dos aparelhos, 1.222 do total, está
localizada nas regiões Sul e Sudeste.
Entre a população masculina com mais de 65 anos, a frequência da
osteoporose é apenas 10%. A proporção é dez mulheres para cada homem com
a doença. Eles, no entanto, também não devem descuidar das medidas de
prevenção, alerta a associação. O aposentado João Rodrigues, de 82 anos,
por exemplo, nunca fez um exame para verificar a saúde dos ossos. “Eu
nunca senti nada e o médico também nunca pediu”, disse.
Rodrigues acredita que se protege da doença ao consumir dois copos
de leite por dia. Mas a quantidade necessária de consumo de leite e
derivados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é maior:
tem que ser pelo menos três porções diárias. A pesquisa da Abrasso, que
entrevistou 2 mil brasileiras, mostra que o engano é cometido por seis
em cada dez mulheres. Elas acham que apenas um copo de leite por dia é
suficiente para prevenir a osteoporose.
A Abrasso aponta que 90% das mulheres não consomem a quantidade de
cálcio recomendada. A prevenção deve começar na infância, por meio de
uma alimentação equilibrada e rica em cálcio, presente, principalmente,
em leite e derivados. Por ser uma doença que não causa dor, muitas vezes
o diagnóstico é feito somente após a primeira fratura, provocada pela
fragilidade dos ossos.
A estudante universitária Hellen da Silva Sabo, de 19 anos, ainda
deverá atingir o seu pico de massa óssea, que ocorre por volta dos 30
anos, mas ela sabe que são as atitudes assumidas agora que irão garantir
a saúde de sua estrutura óssea no futuro. “Sempre gostei muito de
leite, sempre como alimentos que possuem proteína, cálcio”, diz. Além da
alimentação, a estudante pratica atividade física regularmente.
Edição : Fábio Massalli
Agência Brasil
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