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sábado, 13 de outubro de 2012

Quase a metade dos internautas brasileiros foram vítimas de fraudes on-line

Tecnologia

Roubar senhas, hackear computadores, violar dados pessoais… Quanto prejuízo todas as atividades criminosas causaram no ambiente digital? Só no Brasil, o valor chega a R$ 15,9 bilhões nos últimos 12 meses, segundo o estudo anual Norton Cybercrime Report, divulgado pela empresa de segurança Symantec. As fraudes na internet afetaram cerca de 28 milhões de brasileiros, ou mais de 34% dos internautas do país. Isso resulta em uma média de custo por vítima de crimes virtuais de R$ 562 por pessoa. No mundo, o valor chega a US$ 110 bilhões (cerca de R$ 222 bilhões) – montante que os norte-americanos gastam por ano com fast food, segundo a empresa – e o crime afetou cerca de 556 milhões de pessoas.
A pesquisa entrevistou 13 mil pessoas entre 18 e 64 anos em 24 países e constatou que, a cada segundo, 18 adultos sofrem violações virtuais, resultando em mais de 1,5 milhão de pessoas lesadas por fraudes todos os dias. Cada vítima perdeu em média US$ 197. Segundo o estudo, 46% dos adultos com vida on-line sofreram ataques nos últimos 12 meses.

No Brasil, cerca de três quartos dos internautas dizem ter tido contato com uma atividade fraudulenta, de acordo com a pesquisa. Empatado com a Índia, o Brasil é o quarto país que mais perde dinheiro com o cibercrime, atrás da China (US$ 46 bilhões), Estados Unidos (US$ 21 bilhões) e Europa (US$ 21 bilhões). “Como a economia brasileira está crescendo, cada vez mais pessoas usam tecnologia e se tornam um bom alvo”, explicou ao Estado de Minas o norte-americano Adam Palmer, analista-chefe de crimes cibernéticos da Norton (divisão de produtos para consumidor final da Symantec) e um dos principais colaboradores do estudo.

O método mais utilizado pelos criminosos para conseguir dados pessoais ainda é o e-mail. Normalmente, são mensagens que pedem para que o usuário altere sua senha, alegando uma falha de segurança. No Brasil, 42% dos entrevistados afirmam que já receberam uma mensagem pedindo para alterar palavras-chaves em correio eletrônico, 26% dizem ter recebido o mesmo para redes sociais e 16% contam que foram notificados para mudar códigos de sua conta bancária.

Senhas fracas também continuam sendo uma porta de entrada para os criminosos. Cerca de 34% não utilizam palavras complexas, nem costumam alterá-las com frequência. “Precisamos enfatizar que os criminosos ainda gostam de alvos fáceis. Se você estiver no metrô e deixar a carteira fora do bolso, você é um alvo fácil. No ciberespaço, basta tomar medidas simples, como códigos fortes, usar um software de segurança, e se educar sobre o assunto”, enumera Palmer.

MALWARES

Segundo o relatório, alguns dos motivos que causam esse grande número de ataques ainda está no descuido dos usuários. Cerca de 36% dos adultos entrevistados no Brasil ainda não entendem o risco do crime cibernético ou formas de proteção contra ele. Pouco mais de 40% não sabem que os ataques podem ser feitos de forma discreta e 51% consideram que, a menos que o computador trave ou fique lento, é difícil saber se são vítimas de malwares.

O estudo aponta também que as ameaças em redes sociais e celulares também são crescentes. No Brasil, 40% dos usuários foram vítimas em redes sociais e 23% tiveram seu perfil invadido. Nos celulares, 44% receberam um SMS solicitando que clicassem em um link ou discassem um número desconhecido para acessar uma caixa postal de voz. “As pessoas estão mais atentas ao crime cibernético, mas não em dispositivos móveis. Elas pensam em segurança no laptop, mas não no smartphone”, compara o especialista em segurança da Norton.




 Correio Braziliense

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