Algumas vezes uma informação sobre
saúde ouvida uma única vez pode ser relembrada por toda a vida, gerando
um comportamento preventivo. Esse foi o impacto de uma palestra,
proferida por um cirurgião de um pronto socorro cujo tema era a
ruptura de bexiga por acidentes automobilísticos. Após a palestra os
banheiros estavam repletos e os comentários sobre ir ao toalete antes
de entrar em um veículo eram enfáticos, demonstrando que o recado fora
ouvido. Através de dados estatísticos e imagens precisas, o
especialista demonstrou como, num acidente que pode ser até banal,
estando a bexiga cheia, há risco dela literalmente 'estourar'.
Fatos assim, bem demonstrados, são
suficientes para, uma vez conhecidos, jamais serem esquecidos. Ao
informar a platéia atenta sobre a freqüência de atendimentos de
urgência para sutura de bexiga derivadas de acidentes de carro,
percebeu-se rumores e olhares de temor no público em geral.
A causa mais comum das lesões da
bexiga é a contusão (golpe externo), a qual ocorre, sobretudo, devido a
acidentes automobilísticos, podendo também decorrer de quedas ou
lesões esportivas. A maioria das rupturas da bexiga ocorre pelo trauma
externo e tem como causa principal a bexiga cheia durante o acidente.
A bexiga cheia de urina absorve o
impacto do golpe externo e não tendo resistência suficiente, explode
como um balão de ar. Através da fenda que se abre, a urina e o sangue
invadem a cavidade peritoneal, onde se encontram os intestinos, podendo
provocar uma peritonite química e infecciosa com enorme dor.
Os principais sintomas são a presença
de sangue na urina e a dificuldade de micção. O diagnóstico precoce é
importantíssimo, requerendo procedimentos radiográficos para delimitar
as lesões e avaliar os escapes de urina.
Portanto, bexiga cheia e acidentes
automobilísticos podem ter sérias conseqüências causando desde
internações e até mesmo morte. As lacerações menores requerem
internação, pois será necessário tratamento com sondas uretrais para
drenar a urina, o que dura entre 7 a 10 dias. Nesse empo, o tecido da
bexiga pode cicatrizar sem intervenção. As lesões maiores com
conseqüente descontrole de sangramento ou o extravasamento de grandes
volumes de urina para os tecidos vizinhos podem exigir uma reparação
cirúrgica. A sutura de bexiga não é um procedimento trivial. Requer um
trabalho delicado em um tecido difícil. Complicações podem ocorrer
como inflamação da área suturada e até infecções hospitalares, não
muito raras em grande parte dos hospitais.
Entre os riscos de uma lesão grave
está uma pressão arterial perigosamente baixa que pode acarretar
choque e morte. Assim, é sempre bom passar no banheiro e esvaziar a
bexiga antes de entrar em qualquer veículo (automóvel, motocicleta,
ônibus, avião etc.), pois, se estiver vazia, o risco de rompimento
diminui drasticamente.
Human Body - Steve Parker, 1993, Dorling Kindersley Limited,
Esta informação repassada pode salvar vidas.
Noticia enviada por Cga Ivanaldo
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