A “Bolsa Crack”, auxílio que poderá ser instituído pela prefeitura de São Paulo, já causando bastante polêmica, principalmente por parte da população que é contra o pagamento das inúmeras bolsas
pelo governo, bem como por especialistas em saúde mental, que
consideram essa iniciativa um novo retrocesso no tratamento humanizado
dos dependentes químicos. A ideia é fazer com que parentes de viciados
em crack aceitem cuidar dos jovens quando eles tiverem alta da
internação compulsória, facilitando o seu retorno ao convívio social.
O projeto é denominado Cartão Recomeço e prevê o pagamento de auxílios mensais no valor de R$ 1.350,
mas só serão pagos a famílias que estiverem em condições de pobreza.
Para comprovar essa situação, sociólogos e técnicos da prefeitura serão
enviados ao local e caso detectem estado de pobreza e a real necessidade
de receber o auxílio, a verba será repassada para família,
orientando-os para a continuação do tratamento. Assim, o dinheiro
ajudará na compra de roupas, sapatos, medicamentos para a total recuperação da dependência química.
A possibilidade de pagamento de uma bolsa para essas pessoas
surgiu com o quadro de abandono observado entre os adolescentes
internados nos abrigos de São Paulo. Muitos deles perderam o vínculo
familiar e quando são liberados não têm para onde ir. Entretanto, um dos
grandes questionamentos a cerca deste assunto é se o auxílio
dado pelo governo será puramente econômico, uma vez que o recomeço de um
dependente químico envolve trabalhos com a família e a comunidade. De
fato, o jovem em recuperação continuará precisando dos medicamentos, que
poderão ser comprados com a verba repassada pelo governo, mas a volta
ao ambiente de estudo, a busca por emprego e o tratamento em casa deverá
ser diferenciado, caso contrário é grande a possibilidade de o mesmo
ser “acolhido” de volta no mundo do crack.
Resumo do dia
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