Mais de 600 abalos já foram registrados iram Pedra Preta desde outubro. Prefeito da cidade assinou decreto que coloca município em emergência.
Morando em casas antigas, habitantes de
Pedra Preta temem abalos sísmicos (Foto: Jorge Talmon/G1)
Atingida por uma série de tremores de terra, a cidade de Pedra Preta, a
149 quilômetros de Natal, está com 14 casas sem condição de moradia. É o
que afirma o coordenador municipal da Defesa Civil, Guilherme Bandeira,
que contabiliza 48 residências danificadas, além de prédios públicos.
Para viabilizar apoio financeira e reconstruir os imóveis que sofreram
danos com os abalos sísmicos, o prefeito da cidade, Luiz Antônio
Bandeira, assinou nesta quarta-feira (4) o decreto que coloca Pedra
Preta em situação de emergência.
Pedra Preta vem sofrendo com tremores de terra desde outubro. Até agora, mais de 600 abalos já foram registrados
pelo Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). A maioria, porém, são considerados micro
tremores que não são percebidos pela população, sendo apenas registrados
pelas estações sismográficas mais próximas do epicentro. O pesquisador
Joaquim Ferreira, que integra o Laboratório Sismológico da UFRN, explica
que a causa dos abalos em Pedra Preta é a formação geológica do estado.
"Todo o Rio Grande do Norte está na borda da bacia potiguar que é uma
região que é a mais ativa do Brasil. Por isso, acontecem esses
tremores", diz.
Pedra Preta fica localizada na região Central do Rio Grande do Norte,
tem 2.600 habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Destes, 70%
residem na zona rural. A cidade é pacata e quase todo mundo se conhece.
Em todo o município, há sete escolas: cinco na zona rural e duas na
cidade. Uma igreja católica, duas evangélicas e um centro espírita
dividem a fé dos moradores. Os postos de saúde são três. A cidade conta
com um ponto de apoio para a Polícia Militar, mas não tem delegacia.
Cinco policiais se revezam na segurança do município.
Apesar dos abalos, a rotina da cidade não foi alterada. Escolas, postos
de saúde, comércios, prefeitura: tudo continua funcionando normalmente.
A única medida adotada foi autorizar a liberação dos alunos em dias de
tremores fortes.
"As pessoas não saem dessas 14 casas por falta de condição. Das 48
danificadas, outras 34 precisam de reformas pois as rachaduras passam
insegurança para a população", relata o coordenador da Defesa Civil.
Bandeira acrescenta que além dos danos a estes imóveis, um posto de
saúde também apresenta rachaduras e o ginásio de esportes teve a
estrutura totalmente comprometida pelos abalos sísmicos que vêm
atingindo a cidade.
Ao G1, o coordenador de Defesa Civil de Pedra Preta
informou que o decreto foi elaborado com base nos relatórios do Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Corpo de Bombeiros,
secretarias de assistência social estadual e municipal, um levantamento
fotográfico, além da Coordenadoria de Defesa Civil da cidade. "Vamos
entregar a documentação na próxima terça-feira (10) ao presidente da
Câmara da Câmara Federal, Hernrique Eduardo Alves. Brasília já tomou
conhecimento", afirma.
G1 RN
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