Desde
o fim do século 19, duas perspectivas disputam o título de abordagem
mais adequada para compreender e tratar doenças mentais. Uma delas é
biológica: as explicações para as patologias psiquiátricas estariam no
funcionamento do sistema nervoso central, e as intervenções
psicofarmacológicas seriam o recurso para tratá-las. A outra
perspectiva, inaugurada e até hoje fortemente influenciada pela
psicanálise de Sigmund Freud, é mentalista: a experiência subjetiva e a
psicoterapia seriam mais eficientes.
Essas duas visões raramente
dialogaram, até que, na visão do psiquiatra Frederico Graeff, a
neurociência proporcionou uma visão intermediária entre as duas e trouxe
progressos para a compreensão e o tratamento de vários distúrbios.
Entusiasta desse equilíbrio entre mente e cérebro, o professor titular
da Universidade de São Paulo (USP) aposta no conceito da
complementaridade para solucionar tal impasse, como deixou claro durante
sua participação no 6º Simpósio Internacional de Neurociências da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado na semana passada
em Belo Horizonte. Com o conceito, Graeff tenta resolver o desacordo
entre as duas modalidades de conhecimento: a objetiva e a subjetiva, a
neurociência e a psicanálise.
Correio Braziliense
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