Marcelo Barroso
Chegada da terceira idade pet está ligada a vários fatores,
como raça e porte, não havendo uma regra fixa
Sempre existiu muita controvérsia e informações trocadas com
relação à idade de cães em comparação com a dos homens. Há quem afirme
que cada ano canino corresponde a sete humanos. Mas a verdade é que não
existe uma regra fixa sobre isso. A idade canina depende de vários
fatores, como raça e porte do animal. Por exemplo, um dog alemão, grande
e vistoso, com nove anos de idade, pode viver menos que um poodle.
Devido
a essas variações, também não pode-se afirmar com exatidão quando um
cão passa para a terceira idade. De acordo com o veterinário Breno
Camacho, um animal chega à idade senil quando atinge 75% da expectativa
de vida. “Ou seja, se um animal tem uma média de idade de 15 anos, sua
senilidade se dá a partir dos 11 anos e dois meses.”
A
veterinária paulista Fabiana Grecco ressalta que quanto maior o cão,
menor será sua longevidade — o que equivale dizer que um cachorro de
grande porte vive menos do que um de pequeno porte.
“Por
exemplo, um maltês, um yorkshire, um poodle, eles vão ter uma vida mais
longa. Então, entram na terceira idade numa fase mais avançada. Aí, as
raças grandes, como dog alemão, labrador, um boxer, já vão entrar na
terceira idade numa idade mais curta”, afirma a veterinária.
Assim
como a fase idosa depende da raça, há doenças mais prevalentes em
determinadas linhagens caninas. O médico veterinário é realmente a
pessoa mais preparada para orientar os donos de animais sobre quais
cuidados específicos devem ser tomados e garantir, dessa forma, mais
qualidade de vida ao bichano.
Atenção redobrada
Assim como todo ser vivo, o cão e o gato idosos merecem cuidados especiais que vão desde uma dieta
específica, de acordo com o porte do animal e fase da vida, vacinas e
vermifugação — que, ao contrário do que se pensa, deve continuar também
nessa fase, de acordo com Breno Camacho. Outro ponto a ser ressaltado
são os momentos de lazer; porém, respeitando o limite de exercício
físico, “que diminui nessa fase da vida.”
Há de se ter também um
cuidado especial com a saúde bucal do cão de estimação. Fabiana Grecco
alerta para o risco do acúmulo de placas bacterianas nos dentes caninos,
pois elas se transformam em tártaro, criando um ambiente repleto de
bactérias.
O resultado desse acúmulo nocivo pode ser refletido em
problemas cardíacos sérios, pois as placas de tártaro se deslocam e, ao
serem ingeridas, ganham a corrente sanguínea, chegando ao coração. Os
cães mais idosos tendem a ter mais dessas bactérias na dentição.
“Hoje
existem odonto veterinários que cuidam da saúde da boca dos cães. É
importante fazer uma limpeza e procurar estar sempre em dia com esses
cuidados”, recomenda Fabiana.
Coroa enxuto
Kojak,
cachorro do fotógrafo Marcelo Barroso, pode ser considerado uma exceção.
Aos 14 anos de idade, um basset hound “diferenciado”, nunca apresentou
nenhuma doença séria e é considerado um “coroa enxuto” por seu dono,
pois caminha e corre, late e uiva sem problemas.
E qual o
segredo para tanta disposição? Marcelo diz cuidar de seu cão com muito
amor. Mas não é só isso. Ele também sempre contou com o auxílio de
ervas e até mesmo um toque místico.
“Cuido dele só com plantas.
Quando ele está comendo capim, é sinal que está com dor de barriga. Aí,
dou mastruz com leite”, comenta o fotógrafo. “Ele come comida gordurosa,
mas mesmo assim é raro adoecer.” Barroso percebe, porém, que o pelo de
Kojak está ficando ralo e caindo.
Quanto ao toque místico,
Marcelo conta ter descoberto uma benzedeira de cachorros na Cidade da
Esperança. Isso nos tempos de seu antigo cão, “Cheira-cola”. Quando ele
adoeceu, o fotógrafo ficou sabendo dessa mulher curandeira de animais.
Apesar de inicialmente ter negado ajuda, ela acabou cedendo. “Ela fez
umas rezas com a vassoura pela manhã. À tarde ele já estava bom. Ela
curou o meu cachorro.”
Consulta regular é sempre a melhor prevenção
bate-papo/ Breno Camacho - veterinário
bate-papo/ Breno Camacho - veterinário
Quais as principais doenças no cão/gato velhos?
Assim
como seres humanos os cães e gatos idosos tem maior predisposição a
doenças infecciosas (pela diminuição da atividade do seu sistema
imunológico). Daí, mais uma vez, a importância das vacinas e medidas
preventivas de controle parasitário e de ectoparasitas como pulgas e
carrapatos. Mas as doenças mais comuns nessa fase da vida são doenças
cardiovasculares, renais e alguns tipos de tumores.
A chamada terceira idade do animal depende da raça?
A
terceira idade como dito anteriormente dá-se a partir dos 75% da
expectativa de vida do paciente. Partindo desse princípio temos que os
animais de grande porte tendem a viver menos que os de pequeno porte da
mesma espécie. Por exemplo um Rottweiler tem espectativa de vida menor
que um Poodle ou Yorkshire, por exemplo.
Quantas vezes um cão/gato nessa fase devem ir ao consultório veterinário?
A
consulta regular ao médico veterinário em qualquer fase da vida é
sempre a melhor maneira de prevenir e tratar doenças sobretudo quando o
paciente é um filhote ou idoso. Hoje em dia já existem geriatras
veterinários, atendendo uma parcela dos nossos pacientes que tende a
crescer cada vez mais. Principalmente devido medidas preventivas, como:
alimentação balanceada, atividade física regular, higiene e carinho com
este que hoje é considerado não mais um animal e sim um membro da
família. Sendo assim os animais idosos devem passar por consultas
regulares semestralmente, salvo em casos especiais (como pacientes com
doenças renais ou cardíacas) onde o atendimento poderá ser antecipado
pelo médico veterinário.
Tribuna do Norte
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