Foto: Francisco Morais
População de Luis Gomes está sendo abastecida com carro pipa há mais de 450 dias
Carla Albuquerque e Cézar Alves/Da Redação
Pelo menos 12 municípios do Rio Grande do Norte estão oficialmente sem
água nas torneiras, segundo levantamento da Companhia de Águas e Esgotos
do Rio Grande do Norte (CAERN) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (SEMARH). Nestas cidades, o abastecimento está sendo
feito em carros pipas. São elas: Luiz Gomes com 10,5 mil habitantes, Riacho de Santana com
4.363, Água Nova 2.951, Pilões 3.624, João Dias 2.553, Antonio Martins
6.661, Olho D’água dos Borges 4.600 Serrinha dos Pintos 4.538 Equador
5.791, Carnaúba dos Dantas 7.294, São José do Seridó 4.220 e Doutor
Severiano 6.629. São mais de 45 mil habitantes sem água nas torneiras.
Em alguns municípios a situação é crítica há muito tempo. É o caso de
Luiz Gomes, que esta em colapso de água desde outubro de 2011, época em
que secou o açude Dona Lulu Pinto, que servia de fonte para abastecer o
sistema que abastecia a cidade. Neste caso, a população está coletando
água em chafarizes alimentados por carros pipas custeados pelo Governo
Federal.
Nessa mesma época que Luis Gomes ficou sem água, o município de Antônio
Martins também entrou em colapso, passando a ser abastecido por carro
pipa. As duas cidades do Alto Oeste Potiguar dependem da conclusão do
Sistema de Adutor do Alto Oeste, que segundo a SEMARH, deve ser
concluído nos próximos dois meses, para garantir seu abastecimento.
Mais recentemente, com a estiagem, varias outras cidades do Rio Grande
do Norte também ficaram sem água. É o caso de Serrinha dos Pintos,
Pilões, Equador e hoje a CAERN confirmou que teve que suspender o
abastecimento de água na cidade de Carnaúba dos Dantas, na região
Seridó, devido ao reservatório que abastece a cidade ter secado.
Outras cidades também caminham para entrar em colapso caso o inverno
não comece logo e reverta o quadro redução de água nos reservatórios da
região. Pau dos Ferros está na iminência de ficar sem água. O
reservatório está com apenas 21% de sua capacidade total de
armazenamento, que é de 54 milhões de metros cúbicos de água.
A água distribuída em Pau dos Ferros, São Francisco do Oeste e Rafael
Fernandes, que juntas somam cerca de 40 mil habitantes, já apresenta
odor desagradável, sendo motivo de preocupação por parte dos diretores
da CAERN no município, assim como os gestores municipais. “Temos que
agir agora”, diz Fabrício Torquado, de Pau dos Ferros.
A
assessoria da Caern informou ao De Fato.com que das doze cidades que
declararam colapso no abastecimento, 5 estão sendo atendidas por carros
pipas custeados pela companhia. As outras 7 estão sendo abastecidas pela
prefeitura local ou pela operação carro pipa, do Governo Federal,
operacionalizada pelo Exercito Brasileiro(FOTO).
Em reunião na última quarta- feira (9) com a Companhia de Águas e
Esgotos do RN (CAERN) e o Instituto de Gestão de Águas (IGARN), o
Secretario estadual Gilberto Jales, da Semarh, discutiu medidas para
equacionar o problema de abastecimento de água no estado. Hoje
(sexta-feira) o assunto foi novamente abordado na reunião de
planejamento do governo.
Entre as medidas que serão adotadas para enfrentar o desabastecimento
anunciada pelo secretário Gilberto Jales, está o racionamento de água. O
secretário quer a conscientização da população no sentido de reduzir o
desperdício de água. Segundo ele, os municípios de Alexandria e São
Miguel, que tem sistema próprio de abastecimento, serão as primeiras a
entrar num sistema de rodízio no abastecimento nos próximos dias.
Os grandes reservatórios - As barragens Engenheiro
Armando Ribeiro Gonçalves, com capacidade para armazenar até 2,4
bilhlões de metros cúbicos de água no Vale do Açu; de Santa Cruz, com
capacidade para armazenar até 600 milhões de metros cubicos de água em
Apodi; e Umari, com capacidade para armazenar até 300 milhões de metros
cúbicos de água, estão com menos de 60% de suas capacidades de
amazenamento. Das três,a penas a Armando Ribeiro Gonçalves tem seu
potencial hídrigo aproveitado em abastecimento das cidades. As outras
aguardam conclusões de sistema de adutoras.
Jornal de Fato
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