A tontura é a terceira principal queixa que os pacientes fazem nos consultórios. Saiba como identificar as origens do problema.
Natalia Cuminale
Tontura é um dos sintomas mais populares nos consultórios - perde apenas para dor e febre
(ThinkStock)
A terceira queixa mais comum em consultórios médicos do Brasil é a
tontura. O sintoma só fica atrás de dor e febre. E, assim como os outros
dois, a tontura pode ter uma série de razões ocultas — mais de 300
quadros clínicos podem levar a essa sensação. Portanto, é certo: quem
ainda não teve, em algum momento da vida, terá sinais como falta de
equilíbrio, sensação de possível queda ou de que a cabeça está girando.
Abaixo, 11 causas comuns para a tontura: 1-Anemia
Quando o corpo não possui ferro suficiente para produzir hemoglobina —
proteína que transporta oxigênio no sangue — a pessoa pode ter tontura,
entre outros sintomas, se não houver tratamento. Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
2-Gripe
Pode obstruir a cavidade nasal. Com o nariz congestionado, outras áreas
são afetadas e podem trazer consequências diretas ao labirinto,
causando a tontura.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
3-Enxaqueca
As dores de cabeça podem vir acompanhadas de náuseas e sensibilidade à
luz. Em alguns casos, a enxaqueca pode vir junto com tontura.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
4 - Síndrome metabólica
Problemas como diabetes ou colesterol alto também podem causar
tonturas. No caso do colesterol, por exemplo, há um engrossamento do
sangue que prejudica a oxigenação do labirinto — fazendo com que o
sintoma ocorra.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
5 -Transtornos de ansiedade
Sintomas como respiração ofegante, taquicardia e tontura podem ser sintomas de uma crise de ansiedade.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
6 - Distúrbios hormonais
A menopausa ou distúrbios na tireoide comprometem o labirinto. Nesse caso, a tontura pode não ser permanente, mas recorrente.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
7 - Distúrbios neurológicos
Entre 10 e 15% das tonturas tem origem neurológica, como por exemplo
tumores que envolvam o próprio labirinto ou os nervos que saem dele,
além de doenças degenerativas.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
8 -
Lesões
Uma pancada forte na cabeça pode afetar o labirinto. Um trauma acústico
também - por exemplo, se uma pessoa ficar próxima de uma caixa acústica
potente poderá ter tontura. Outro tipo de lesão é o barotrauma, que é
ligado a pressão no interior do corpo. O problema pode ocorrer ao
decolar no avião ou durante um mergulho na água.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
9 - Medicamentos
Alguns medicamentos têm a tontura como efeito colateral. Por isso, é
importante questionar o médico sobre as reações adversas dos remédios.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
10 -
Distúrbios na visão
Problemas visuais, como distúrbios de refração (como miopia,
hipermetropia, astigmatismo), e alterações na pressão intraocular podem
dar a falsa sensação de movimento, causando tontura.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital
Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
11 - Doenças cardiovasculares
Arritmias, hipertensão e alterações dos vasos que levam o sangue para o
ouvido, como é o caso da aterosclerose, alteram o fluxo de sangue que
vai até o labirinto.
Fontes: Alfredo Salim Helito, clínico-geral do Hospital Sírio-Libanês; Ítalo Medeiros, chefe laboratório do Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Fernando Ganança, otorrinolaringologista da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) e chefe da disciplina de Otoneurologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Em geral, as causas estão relacionadas com o labirinto, uma estrutura
localizada no ouvido interno que está relacionada à audição e
equilíbrio. Quando ele é afetado por um dos fatores – que podem ser
infecciosos, inflamatórios, neoplásicos (decorrentes de tumores), entre
outros — a pessoa fica com a sensação de ter perdido o equilíbrio. O
ideal é que um médico seja procurado assim que o sintoma
aparecer. Segundo Fernando Ganança,
otorrinolaringologista da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), mais
de 90% das pessoas apresentam melhora parcial ou total depois de iniciar
um tratamento.
Outra boa notícia é que raramente a tontura indica um problema
neurológico mais sério, como um derrame, hemorragia cerebral ou
esclerose múltipla.
Atenção -- Casos em que a tontura ocorrer após uma
forte pancada na cabeça, vier acompanhada de febre alta, perda súbita de
audição, dor no peito e visão turva devem seguir imediatamente para o
serviço de emergência hospitalar. Enfraquecimento das pernas ou braços,
fala embaralhada, perda de consciência e mal-estar acompanhado de náusea
e vômito, além da presença de desequilíbrio intenso também fazem parte
dos sinais que indicam a necessidade de procurar imediatamente um
hospital.Fonte: Veja
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