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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pesquisa revela: Deputados federais e senadores brasileiros ganham quase 200 vezes mais que o trabalhador comum

Por: Alex Viana
Pesquisa da “The Economist” mostra que salário dos parlamentares brasileiros é um dos mais altos do mundo. Foto: Andre Coelho
Pesquisa da “The Economist” mostra que salário dos parlamentares
 brasileiros é um dos mais altos do mundo. Foto: Andre Coelho
Os deputados federais e senadores brasileiros recebem 176 vezes mais que o trabalhador brasileiro por mês. O dado é o resultado da divisão dos valores recebidos pelos deputados e senadores mensalmente, a título de vencimento e outros benefícios, cerca de R$ 120 mil, pelo salário mínimo, que vale R$ 678. Mesmo com o aumento do salário mínimo previsto para 2014, quando irá dos atuais R$ 678 para R$ 719,48 – segundo a proposta para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – o abismo entre a realidade salarial dos congressistas e a do trabalhador brasileiro continua colossal. Em 2014, os congressistas ainda receberão muito acima dos trabalhadores comuns. Para ser exato, receberão pelo trabalho parlamentar 166 vezes mais que quem receber o mínimo.

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela revista britânica “The Economist” mostra que o salário dos parlamentares brasileiros aparece como um dos mais altos do planeta em um ranking com os demais países do mundo. A pesquisa, porém, levou em consideração apenas o vencimento de R$ 26.723,13 por mês, não contabilizando plano de saúde, auxílio-moradia, cota parlamentar, passagens aéreas, carro oficial, dentre outros benefícios. São tantos os benefícios existentes para parlamentares brasileiros que o custo de cada deputado ou senador atinge a casa dos R$ 120 mil mensais. São gastos com verba de gabinete, verba indenizatória, auxílio-moradia, cota postal e telefônica, passagens aéreas, gráfica e até jornais e revistas.
Mesmo sem levar em consideração esses gastos, entre 29 países listados pela “Economist”, os brasileiros ocupam a quinta colocação, agraciados com US$ 157,6 mil por ano, mais do que em países como Canadá (US$ 154 mil), Japão (US$ 149,7 mil), Noruega (U$S 138 mil), Alemanha (U$ 119,5 mil), Israel (US$ 114,8 mil), Reino Unido (US$ 105,4 mil), Suécia (US$ 99,3 mil), França (US$ 85,9 mil) e Espanha (US$ 43,9 mil). Os únicos países cujos parlamentares ganham mais do que os brasileiros são Austrália (US$ 201,2 mil), Nigéria (US$ 189,5 mil), Itália (US$ 182,0 mil) e Estados Unidos (US$ 174 mil).
Na mesma publicação, o Brasil aparece na sexta colocação no que diz respeito à remuneração anual do parlamentar, que no caso brasileiro é 13 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) per capita. A Nigéria lidera o ranking, com 116 vezes o valor do PIB per capita. A Noruega é a última colocada, com apenas duas vezes o valor do PIB per capita.
Os dados divulgados pela “Economist” foram coletados por um órgão que controla os gastos do parlamento britânico. Lá, há uma proposta de aumento para os parlamentares de 11,5%. Se for aprovado o projeto, o congressista britânico passará a ganhar US$ 117 mil. E ainda assim a remuneração continuará a ser menor do que no caso brasileiro.

OUTRAS
Pesquisa mais abrangente sobre o custo dos congressistas foi publicada em fevereiro deste ano pela Folha de S. Paulo. Segundo o levantamento, deputados federais e senadores brasileiros são o segundo mais caro em um universo de 110 países. O estudo é de responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a União Interparlamentar (UIP).
Segundo a pesquisa, cada um dos 594 parlamentares do Brasil – 513 deputados e 81 senadores – custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano. O custo brasileiro supera o de 108 países e só é menor que o dos congressistas dos Estados Unidos, cujo valor é de US$ 9,6 milhões anuais. 

Portal JH

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