Brasília, (AE) - O aumento promovido pelo Banco Central na
taxa básica de juros (Selic) em 2013 e a expectativa de novas elevações
já contribuíram para elevar em quase 50% a remuneração dos depósitos na
caderneta de poupança. No início de 2013, as aplicações feitas dentro da
regra criada em maio do ano anterior chegaram ao piso de 0,4134% ao
mês. Os investimentos com aniversário no começo de 2014 já apresentam
rentabilidade de 0,6155% ao mês, porcentual fixado pelo Banco Central
(BC) para 6 de janeiro deste ano. Isso representa uma remuneração 49%
maior em apenas 12 meses. No mesmo período, uma aplicação corrigida pela
Selic, por exemplo, passou a render 38% mais.
O
aumento no índice de correção da poupança é explicado por dois fatores:
o fim da aplicação da regra criada pelo governo Dilma Rousseff para
tirar atratividade da caderneta e o aumento da Taxa Referencial (TR). A
forma de cálculo criada em 2012 para a caderneta só se aplica quando a
taxa básica de juros for igual ou menor que 8,5% ao ano Nesse caso, o
rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR) para
depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012. Desde setembro do ano
passado os juros estão acima desse patamar, o que faz com que o
rendimento seja igual para todos os depósitos: remuneração fixa de 0,5%
ao mês mais TR. Atualmente, a Selic está em 10% ao ano.
A alta dos juros e a expectativa de novos aumentos da Selic também contribuem para que a TR fique mais alta. Essa taxa, calculada com base na taxa média dos CDBs prefixados de 30 dias, era zero no primeiro semestre de 2013 e vem subindo desde então.
A caderneta rendeu 5,85% em 2013, perdendo apenas para o dólar (15,5%) entre as principais aplicações. Também superou a rentabilidade da maioria das outras aplicações em renda fixa, algumas inclusive com rentabilidade negativa em 2013, como os títulos de prazo mais longo do Tesouro Direto.
A melhora na rentabilidade da poupança, que superou os índices de inflação já divulgados e deve ficar acima também do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo expectativa do mercado, é um dos fatores que ajudam a explicar a captação recorde de recursos no ano passado. Segundo dados do BC, os depósitos feitos durante o ano passado na poupança superaram os saques em R$ 71 bilhões. O resultado representa aumento de 43% em relação ao recorde anterior, de 2012, quando a captação ficou positiva em R$ 49,7 bilhões. Somente em dezembro, a captação ficou positiva em R$ 11,2 bilhões. Esse é o maior valor para todos os meses da série histórica do BC, que começa em janeiro de 1995.
Tribuna do Norte
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