Atualmente existem 85 milhões de computadores em uso no Brasil - quatro entre nove brasileiros já têm um micro em casa ou no trabalho. No próximo ano teremos uma máquina para cada dois habitantes, aponta a 22ª Pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas. Os números refletem a queda no preço dos computadores, o aumento da renda média da população e da percepção de que não se pode ficar sem um micro em casa ou no trabalho.
Quatro entre nove brasileiros já têm um computador em casa ou no trabalho. Até o início do ano que vem será um computador para cada dois habitantes. O motivo é simples, o computador está cada vez mais barato, menos de R$ 1 mil uma versão não muito sofisticada, e o pagamento é a perder de vista.
É o que revela a 22ª Pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP, o GVcia), que retrata anualmente o mercado de TI. De acordo com o levantamento, existem 85 milhões de computadores em uso no Brasil. No ano passado, foram vendidas 14,6 milhões de unidades, uma a cada 2 segundos. A pesquisa foi realizada em 5 mil empresas.
- O preço do computador caiu, a renda da população aumentou e a percepção de que não se pode ficar sem um micro em casa ou no trabalho é bem maior. Daí a explosão nas vendas. Quem tem apenas um computador em casa sabe disso. Há uma grande briga à noite para ver quem vai entrar na internet - disse Fernando Meirelles, coordenador da pesquisa.
Segundo ele, enquanto o preço da versão mais atualizada de um computador não ultrapassa US$ 8 mil há 20 anos, o preço de uma máquina de entrada cai pela metade a cada 18 meses há 30 anos. Meirelles explicou que o computador só não vai ficar de graça porque o preço acaba sendo reajustado a cada lançamento de software.
Segundo o levantamento, o uso do computador no Brasil está acima da média mundial, mas ainda abaixo de países desenvolvidos. Enquanto no Brasil 44% da população têm acesso a um computador, nos Estados Unidos esse percentual já atinge 106%. Na média mundial, 36% da população têm um computador. O professor da FGV disse que o interesse pelas televisões e por telefones ainda é maior. Para cada computador o brasileiro tem duas tevês e três telefones.
- Temos muito chão pela frente, mas o cenário é bem melhor do que 10 anos atrás. O interesse pelo computador ainda é menor do que nos Estados Unidos, mas a expectativa é de crescimento das vendas. Tudo vai depender da economia continuar crescendo e a renda do brasileiro aumentando - afirmou Meirelles.
De acordo com a pesquisa, as empresas gastam e investem 6,7% da sua receita em tecnologia da informação, um percentual que dobrou nos últimos 14 anos. A cada ano, o setor cresce 8%, isso há 22 anos. Meirelles explicou que esse crescimento reflete a necessidade das empresas de se tornarem cada vez mais informatizadas para não perder clientes e até mesmo ter um bom relacionamento com os seus funcionários. Segundo ele, já não se discute mais se o empregado tem a necessidade de estar conectado à internet.
O custo anual de uso do computador (inclui despesas com troca de aparelho e investimentos em softwares, por exemplo) chega a R$ 20 mil nas empresas. Pelo levantamento, a Microsoft continua dominando a estação de trabalho das empresas com o Windows, Explorer e o Office (91%).
Nos servidores corporativos o Windows tem 67% e o Linux 20% do uso no ambiente operacional. Segundo o levantamento, o Lixus está há três anos estacionado em 20% do uso nos servidores coorporativos. A Oracle tem 36% em bancos de dados. Os sistemas integrados de gestão da Totvs, SAP e Oracle têm juntos 82% do mercado.
A FGV também divulgou uma pesquisa de comércio eletrônico no mercado brasileiro. Foram ouvidas 470 empresas de vários setores econômicos. De acordo com o levantamento, do valor atualmente transacionado no comércio eletrônico, 65,25% são operações negócio-a-negócio e 33,02% negócio-a-consumidor.
As empresas pesquisadas não realizaram crescimentos expressivos nos seus níveis de gastos e investimentos em comércio eletrônico. Na média geral, os gastos e investimentos representaram 1,53% da receita líquida das empresas - 0,48% na indústria, 1,44% no comércio e 2,21% em serviços.
Globo.com
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