O
termo inglês commodity é utilizado para designar uma série de produtos
que, independentemente de onde e quando são produzidos, mantêm mais ou
menos a mesma qualidade, e seu preço pode ser negociado em escala
global. É o caso do petróleo, do ferro, da soja, do trigo e do café,
entre outros, comprados e vendidos em bolsas de mercadorias e futuros.
Em breve, essa lista deve ganhar um novo e importante item: a água. Pelo
menos é o que prevê um artigo publicado na edição de hoje da revista
científica Nature. Segundo o texto, o movimento seria reflexo da
escassez cada vez maior do bem natural, e as consequências, desastrosas.
Para
o autor, o pesquisador Frederick Kaufman, da City University of New
York, nos Estados Unidos, a mercantilização pioraria ainda mais a falta
do líquido em inúmeras regiões do globo. “Seria um desastre para os mais
pobres do mundo, que já sofrem sem poços, sem água encanada, sem
sistemas modernos de irrigação”, afirma. “A água financeirizada teria um
efeito esmagador, tornando a pobreza cada vez mais difícil de eliminar e
elevando o número total de miseráveis em todo o mundo”, completa.
Do Correio Braziliense
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