Foto: Júnior Santos
O total de aportes na poupança, este ano, chega a R$ 1 trilhão
Brasília (AE) - Os brasileiros nunca aplicaram tanto na poupança em
um mês de setembro quanto neste ano. Segundo dados do Banco Central
(BC) divulgados ontem, a entrada líquida de recursos na poupança, já
descontados os saques, registrou a quantia recorde para o mês de R$ 6,7
bilhões. O resultado de setembro foi fruto de depósitos de R$ 116,2
bilhões e saques de R$ 109,5 bilhões.
A
captação da poupança foi a terceira maior do ano, perdendo apenas para
os meses de junho e julho, ambos com saldos na casa dos R$ 9 bilhões. Em
agosto, a entrada líquida ficou positiva em R$ 4,6 bilhões.
Com o
incremento de setembro, o total depositado na caderneta nos primeiros
nove meses encosta no saldo de 2012 inteiro. De janeiro a setembro, a
soma líquida está em R$ 48,9 bilhões, também recorde para o período. Em
igual período do ano passado, a entrada foi de R$ 33,1 bilhões e ao
longo de todo 2012, de R$ 49,7 bilhões.
Pela primeira vez neste
ano, o total de aportes no investimento chegou a R$ 1 trilhão. No ano
passado, a marca foi batida um mês depois, em outubro. Conforme os dados
do BC, o ingresso de recursos de janeiro a setembro foi de R$ 1,040
trilhão ante retiradas de R$ 991 bilhões.
Remuneração
A
conjunção de números positivos revela que a aplicação segue como
importante forma de investimento dos brasileiros, apesar das mudanças
nas regras de remuneração, que diminuíram o rendimento da caderneta nos
depósitos feitos entre maio do ano passado e agosto deste ano.
Pela
nova forma de remuneração, sempre que a taxa básica de juros, a Selic,
for igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da
Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a Selic está em 9% ao
ano. Quando a taxa básica supera 8,75% ao ano, passa a valer a regra
antiga, de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais TR.
Na semana que
vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC voltará a se reunir
para definir o rumo da Selic. A aposta majoritária de analistas do
mercado financeiro é de nova alta de 0,50 ponto porcentual dos juros,
para 9,50% ao ano. Depois das mudanças no cálculo de remuneração, o mês
de setembro foi o primeiro que registrou o mesmo retorno dos
investimentos tanto para os depósitos realizados antes quanto os depois
das alterações. Conforme o BC, em 3 de outubro, a rentabilidade estava
em 0,585% ao mês nos dois casos.
Pelo histórico do BC, há 19
meses a poupança mais atrai do que afasta investidores. A última vez que
o resultado mensal ficou negativo foi em fevereiro do ano passado,
quando os saques superaram as entradas em R$ 412,5 milhões. Na avaliação
de especialistas, o brasileiro continua fiel à aplicação não apenas
pela facilidade de fazer retiradas e depósitos como também pela isenção
de Imposto de Renda.
Resumo do dia
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