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O descaso com o controle da glicemia é a principal causa de amputação
não traumática dos membros inferiores. Segundo a SBD (Sociedade
Brasileira de Diabetes), 85% desses casos decorrem de ulcerações
(feridas) nos pés. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que a
cada 30 segundos ocorra uma amputação decorrente da neuropatia diabética
— patologia que acomete os nervos causando falta de sensibilidade. No entanto, a pessoa com diabetes que apresenta problemas nos pés não
irá, necessariamente, amputá-lo, conforme explica o endocrinologista
Dr. Domingos Malerbi, diretor da SBD.
— O diabético que não
trata a doença pode desenvolver a neuropatia, especialmente nos
membros inferiores. O paciente que não sente os pés corre mais risco
de desenvolver feridas, muitas vezes, não cicatrizadas pelo
descontrole glicêmico.
O médico acrescenta que se a
neuropatia não for tratada adequadamente, o paciente pode até amputar o
membro. Por isso, a prevenção primária, com aplicação de insulina e
controle da glicemia, é fundamental.
— Esses e outros
problemas só têm cura quando são detectados antes mesmo de os sintomas
aparecerem. Tudo vai depender do controle da glicose.
Como identificar e tratar o problema
Ao contrário do que muitos pensam, nem todo o diabético terá
problemas nos pés. O endocrinologista garante que esse quadro só será
desenvolvido se o paciente não seguir o tratamento.
— Para
que o diabético não desenvolva essas complicações, é necessário fazer
um rigoroso controle da glicemia por meio de medicação, exercícios e
alimentação saudável.
O pé diabético, também conhecido como
pé neuroisquêmico, pode ser caracterizado por um leve problema até uma
infecção, que pode atingir o osso e causar até uma necrose
(gangrena). O diagnóstico é feito a partir de exames específicos, como
testes de sensibilidade e circulação. Segundo o médico, a cura só
ocorrerá quando o problema for detectado precocemente.
— A
neuropatia dolorosa pode ser tratada à base de analgésicos. Mas se for
somente a falta de sensibilidade, há medicamentos que auxiliam no
aumento da oxigenação do nervo. Agora, se o problema for circulatório, a
pessoa pode passar por procedimentos cirúrgicos, como o enxerto, que
ajuda a levar o sangue à região onde ele não está chegando. Para
deformidades, o melhor tratamento é o uso de calçados adequados,
palmilhas ou até mesmo cirurgias corretivas.
Cuide melhor do seu pé
Confira as dicas do endocrinologista Dr. Domingos Malerbi e previna as complicações:
—Todo diabético deve controlar a glicemia e seguir o tratamento corretamente
— A higiene do pé diabético tem que ser diária, com sabão e água morna a 35º C
— Opte por lixar a unha e evite tirar a cutícula. Se precisar cortá-la, deixe os cantos e faça o corte reto
— Hidrate os pés com cremes, pois a pele do pé diabético tende a ficar seca e rachar
— Use meias de algodão, de preferência de cor clara, para o pé respirar melhor e evitar micose
— O calçado deve ter sola de borracha para deixar o calcanhar do pé estável. Evite sapatos com material de plástico e de pano
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