Ministério da Saúde pretende reduzir 28 mil toneladas
de sódio nos alimentos industrializados até 2020
O
Ministério da Saúde (MS) pretende reduzir 28 mil toneladas de sódio nos
alimentos industrializados no país até o ano de 2020. O sal é,
atualmente, visto como um verdadeiro vilão à saúde e, à primeira vista, a
medida poderia trazer impactos negativos à industria salineira. Entretanto, representantes do setor no Rio Grande do Norte, responsável
por 94,01% de toda a produção de sal no Brasil, afirmam que tem
participado da campanha pela saúde e que a produção não deverá sofrer
abalos. "Somos parceiros do Ministério da Saúde, temos conversado
bastante e tentado fazer parte do processo de mudança.
Estamos reduzindo
a quantidade de sódio do sal, que é o elemento apontado como mais
nocivo se consumido em excesso, e temos estudando a fortificação do sal a
partir da adição de flúor e Vitamina A", conta o presidente do
Sindicato das Indústrias de Moagem e Refino de Sal do Rio Grande do
Norte (Simorsal), Renato Fernandes.O sal utilizado na indústria alimentícia é comprado diretamente das salinas. De acordo com o presidente, das 5,4 mil toneladas de sal produzidas no Estado no ano passado, 600 mil toneladas, o que representa 11% do total, foram destinadas à indústria de alimentos. Já o sal direto para consumo, tido como "sal de cozinha", foi responsável pela demanda de 500 mil toneladas.
Mesmo diante de certa aversão ao sal, ele é indispensável ao organismo, pois é a principal fonte de sódio da dieta humana. O sódio ajuda a prevenir o surgimento de doenças como bócio, cretinismo, surdez, retardo mental e até abortos. Contudo, se consumido em excesso pode trazer malefícios ao sistema cardiovascular, pois aumenta a pressão arterial e a retenção de líquidos no corpo.
A medida de redução do sódio segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é fruto de acordo entre o MS e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia). Ao todo, foram firmados quatro acordos de cooperação para a redução de sódio em 16 categorias de alimentos, que representam 90% dos itens industrializados no país. Com os acordos, o ministro da Saúde, Artur Chioro, disse que espera reduzir as mortes por acidente vascular cerebral em 15% e os óbitos por infarto em 10%.
Entre os anos de 2011 e 2012, foi reduzido quase 11% o sódio presente na bisnaguinha e no pão de fôrma, e de mais de 15% no macarrão instantâneo. Até o final deste ano, a redução deverá crescer para 1,8 mil toneladas.
Sindicato reforça múltiplas utilidades do sal
Segundo
o presidente do Simorsal, Renato Fernandes, o setor salineiro também
não deverá sofrer impactos negativos devido à redução de sódio nos
alimentos devido ao seu amplo uso nos mais diversos setores industriais.
Ele disse que as múltiplas utilidades do sal não permitem que o produto
passe por "baixa" nas vendas.
"O sal produzido no RN é um dos mais puros do mundo, com 99,88% de pureza. Muitas pessoas não sabem, mas o sal é usado em mais de 14 mil processos industriais, dos produtos cosméticos e tecidos até borrachas de pneus e produtos para conter vazamentos de petróleo. O sal está presente em praticamente 80% do que nos rodeia", disse.
Um dos principais produtos de exportação do Estado e produzido no RN desde o ano de 1605, o sal é responsável direto pelo sustento de milhares de famílias potiguares. Contudo, Renato Fernandes conta que o produto não tem recebido o valor equivalente à sua importância.
"O que me entristece é ver que o sal é um produto tão importante e, mesmo assim, nós não temos um curso de engenharia voltado para o ramo em Mossoró, cidade que mais produz no país. Quando queremos melhorar alguma tecnologia ou qualidade, o próprio setor tem que produzi-la, sem apoio do meio acadêmico-científico", disse.
Fonte: http://omossoroense.uol.com.
Matéria extraída do Blog Lajes do Cabugi
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