

Rodrigues ressaltou que muitas editoras têm investido em adaptar
literatura clássica para quadrinhos. “É uma vertente que tem crescido
muito no mercado”. O objetivo, conforme enfatizou, é que o governo
compre e as escolas venham a consumir esse produto, visando que seja uma
ferramenta na parte da educação. O estande da Comix na 16ª Bienal
Internacional do Livro do Rio de Janeiro, encerrada ontem (8), foi um
dos mais frequentados durante os 11 dias do evento, com filas extensas
na porta que reuniam público de todas as faixas etárias.
O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) supre as escolas de
ensino público das redes federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal de obras e materiais de apoio à prática da educação básica,
incluindo HQs. Em 2013, serão atendidas as escolas dos anos finais do
ensino fundamental e ensino médio, informou a assessoria de imprensa do
Ministério da Educação. O programa vai distribuir cerca de 6,7 milhões
de obras literárias a mais de 68,8 mil escolas de todo o país. Os
investimentos na compra dos livros alcançam em torno de R$ 66 milhões.
Em 2006, por exemplo, o Ministério da Educação incluiu livros de histórias em quadrinhos e de imagens na coleção do PNBE. Dom Quixote em Quadrinhos, de Caco Galhardo; Toda Mafalda , de Quiño; Na Prisão (mangá - quadrinho japonês), de Kazuichi Hanawa; Santô e os Pais da Aviação, de João Spacca de Oliveira; e Café Van Gogh, de Ana Maria Machado Mello & Mayer Design, foram alguns dos HQs incluídos na lista.
Com licenciatura em desenho pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Denis Mello tem experiência na aplicação de oficinas em
salas de aula da rede pública de ensino, inclusive em parceria com o
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Sesc), utilizando a HQ e o
desenho como ferramenta principal. Falando à Agência Brasil,
ele disse que consegue ver como os quadrinhos despertam a curiosidade
dos alunos. “Eles tendem a colaborar mais, a se interessar mais pelo
assunto”
Mello salientou que a HQ é uma forma de arte. “Do mesmo jeito que as
outras formas de arte podem colaborar como ferramenta de educação, a HQ
também funciona. Da mesma forma que você pode usar música, literatura e
pintura, você pode usar história em quadrinhos”, manifestou.
Denis Mello está desenvolvendo agora, com um grupo de amigos, um
projeto voltado à produção de quadrinhos educativos, que será efetuado
em parceria com secretarias municipais de educação do estado do Rio de
Janeiro. O projeto deverá ser iniciado em Magé. “Foi a primeira
secretaria a se interessar pelo projeto”. Pretende-se suprir a carência
de material didático onde ela exista, nas escolas, por HQ. “Na educação
ambiental, por exemplo, a gente chegaria com a história em quadrinho
para suprir essa necessidade e com um material didático que vai
conversar mais com os jovens do que o material burocrático tradicional”.
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