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Sara Vasconcelos - repórter
Produzido em larga escala
pela indústria, o lixo tóxico - com componentes químicos e metais
pesados – não tem no Rio Grande do Norte um plano específico para o
tratamento especial, tampouco é possível quantificar o volume real da
geração desse tipo de resíduo no Estado. O último inventário que trata
sobre o tema, produzido pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e do
Meio Ambiente (Idema) está defasado e data de 2003.
Por
iniciativa das indústrias em cumprimento a política nacional de resíduos
sólidos, muitas encaminham o material para serem tratados em aterros
para lixo perigoso, o chamado classe 1, instalados na Bahia, Pernambuco e
Ceará – de acordo com o tipo de descarte. O promotor de meio ambiente,
João Batista Machado, enfatiza que o gerador de resíduo é o responsável
pela coleta e destinação.
“O Rio Grande do Norte não dispõe de
aterro de resíduo industrial. Há duas empresas, a Braseco e Brasoleo,
que estão se equipando para isso”, disse a coordenadora de licenciamento
ambiental do setor de Industria no Idema, Noilza Paiva.
Reprodução/TNUm novo inventário sobre o resíduo da indústria será elaborado. O último é datado de 2003
A
Braseco, empresa responsável pelo Aterro Sanitário da Região
Metropolitana de Natal, instalado em Ceará Mirim, possui licenciamento
para a estocagem de material perigoso. a Brasoleo recolhe o óleo
contaminado de todo o estado e faz a recuperação. “Instalada em
Carnaubais, conta com dois tanques e um armazem de triagem e tem dado o
procedimento adequado ao óleo proveniente de várias atividades”, disse a
coordenadora do Idema.
O diretor-presidente da Braseco, Henrique
Moniz espera no primeiro semestre de 2014, a abertura da unidade de
tratamento de resíduo classe 1. A capacidade instalada não foi
informada. “Não temos ainda definida a demanda a ser atendida, esperamos
os dados sobre a geração dos resíduos, cujo inventário está
desatualizado”, disse Moniz.
Os dados do documento de 2002, que
subsidiou o plano estadual de resíduos sólidos, foram repassados pelas
empresas. Por estar em atividades externas, Noilza informou não ser
possível quantificar o volume de lixo tóxico gerado hoje no Estado. “è
um levantamento minucioso e precisaríamos de mais tempo”, disse.
Um
novo inventário sobre o resíduo da indústria será elaborado sob a
coordenação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Semarh). O processo está em fase de licitação de acordo com o consultor
técnico Sérgio Pinheiro.
“Já fizemos o plano estadual de
resíduos sólidos e a partir do inventário teremos um cenário sobre a
geração, destinação e tratamento do lixo químico, gerado pelas
industrias e poderemos elaborar políticas específicas”, disse Pinheiro.
Atualmente,
há três formas no Estado para o destino e tratamento do lixo químico
proveniente da indústria, explica a coordenadora de licenciamento da
Indústria no Idema: o envio para aterros nos estados vizinhos citados; a
incineração de parte desse material pela única usina de incineração de
resíduo do lixo da saúde, ou ainda o co-processamento e reincorporação
pela indústria cimenteira.
No Estado, somente o resíduo gerado em
hospitais, clínicas e postos de saúde das redes públicas e privadas tem
o tratamento adequado em quase a totalidade.
Entre as atividades
de maior potencial poluidor estão a indústria petrolífera, mineração,
sucroalcooleira, têxtil, de cimento e bebidas.
A fiscalização
ocorre após denúncia ou durante o licenciamento ambiental, nesses casos,
renovados anualmente. “Durante o processo de renovação é exigido que a
empresa comprove que está cumprindo todas as exigências em relação ao
tratamento do resíduo gerado”, frisa Paiva.
Tribuna do Norte
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