Obrigado por estar aqui , você faz parte deste número

domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Existe a Coca-Cola e existe o Grafith"

Do Blog: Alô Grafiteiros, essa matéria é especialmente pra vocês. Hoje ´a noite tem, Divirtam-se.
De um grande galpão, localizado no bairro de Cidade Satélite na capital potiguar, escuta-se um alto som. Seria uma festa em dia de semana? Não, muito longe disso. Na verdade, é a banda Grafith ensaiando. Com 23 anos de carreira a banda mantém um ritmo intenso de ensaios. Afora a segunda-feira, todos os dias são ensaios, exceto quando há shows. No meio do ensaio chega uma das figuras que mais identifica a banda Grafith, Cristiano Gomes de Lima Júnior, ou simplesmente Júnior Grafith. Ele é o grande comandante do grupo. 


No início da carreira da banda, Júnior atuava diretamente no palco, cantando. Hoje já não mais, optou por assumir o comando empresarial da banda. Mas ainda que com essa atribuição, não deixou os palcos de lado, continua com o microfone apresentando a banda, cantando em algumas apresentações. É o próprio Júnior que explica a preocupação de não deixar no palco apenas os três irmãos: "Como existe a Coca-Cola existe o Grafith. O nome Coca-Cola você não pode tirar nenhuma sílaba, Grafith são quatro irmãos e não pode sair nenhum, se tirar um quebra o sistema da empresa que é essa imagem que mantemos no mercado até hoje", afirma. Deixando o cantor de lado e falando como empresário, Júnior diz que evita qualquer intermediário e prefere negociar os shows da banda diretamente com os contratantes. Embora não revele o preço, ele observa que os preços são diferenciados para shows abertos ou fechados. Sim, Grafith não se furta às festas fechadas. Pelo contrário, é a partir desses eventos que a banda congrega dois tipos de público: a plebe e o jet. Analisando a trajetória da banda, Júnior admite que muitas foram as incursões da banda fora do Estado, mas hoje o grande momento é mesmo no Rio Grande do Norte. Um momento estampado pelo próprio número de shows. Desde quinta-feira até a próxima quarta-feira de cinzas Gratifth contabilizará 14 shows. O convidado de hoje do 3 por 4 é um cantor famoso, empresário que comanda uma das principais bandas do Estado, cidadão simples, com vocês Júnior Grafith.
Canindé Soares
Júnior Grafith, empresário e comandande de uma das bandas potiguares mais conhecidas e com a carreira mais sólida

Grafith alcançou repercussão no Estado potiguar e fora dele pouco comum a bandas locais. O que traz de diferencial a banda Grafith para chegar a esse estágio?

É uma série de fatores para essa caminhada de 23 anos. Grafith nasceu de outras bandas. Sempre a gente teve aquela coisa de aperfeiçoar mais a música. Fãs falavam que gostavam mais da banda Grafith do que o original (as bandas mais famosas). Quando Grafith nasceu as pessoas já nos receberam de forma muito positiva porque já vínhamos de outras bandas. Antes era um público limitado, mas o Gratifth continuou com a mesma formação, eu João, Cacá e Carlinhos (os quatro irmãos). E a identidade precisava se manter. Nós percebemos que outras bandas, alguns músicos saíam e a banda dava aquela queda. Mesmo eu, responsável pela administração da banda, parei um pouco de cantar, mas continuo no palco apresentando a banda. Procurei não sair do palco, os alôs "boy fulano", "boy sicrano", interagindo com o público, essa parte quem faz sou eu no palco. Não saí do palco para manter a imagem dos quatro (irmãos). Como existe a Coca-Cola existe o Grafith. O nome Coca-Cola você não pode tirar nenhuma sílaba, Grafith são quatro irmãos e não pode sair nenhum, se tirar um quebra o sistema da empresa que é essa imagem que mantemos no mercado até hoje. Por esse motivo a banda está há 23 anos fazendo esse trabalho. Estamos prontos para todo tipo de evento, (das músicas) dos anos 50 a atualidade. Veja que todos os dias temos ensaio, só folgamos na segunda. No dia que estamos de folga a gente ensaia. É assim o ano inteiro.

A concentração dos shows é maior no Rio Grande do Norte?

Antes rodávamos por Alagoas, Pernambuco, Ceará, Paraíba. Só que hoje, depois de quatro anos para cá, a banda se sentiu mais presa dentro do Estado. Mas não posso reclamar. Para mim ganhar dinheiro em casa é ótimo. Estou satisfeitíssimo. A gente tem muito tempo de estrada e é muito estressante você estar Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador. Todos têm esse sonho, mas o Rio Grande do Norte, todas as cidades, recebem a gente de braços abertos. Em Macau, se tocarmos todos os dias, o povo estará nos abraçando lá. É uma coisa diferente de outras bandas. Hoje Grafith não tem só fã, tem pessoas que torcem pela banda. É como um time de futebol, tem torcedor. A gente fica admirado, o segredo da estrada da gente é a diversidade. Não temos frescura, quem chega no ensaio olha. É algo bem aberto.

Você é empresário da banda, está no palco da banda. Um irmão manda nos outros três?

Eles são mais orientados por mim. Marido e mulher não discutem? A gente também. No dia-dia a gente discutimos para termos um objetivo e eles olham muito para mim. Essa parte procuro mostrar a eles a realidade qual é.

Qual sua preocupação enquanto empresário da banda Grafith?

Minha preocupação é para se manter no mercado eu procuro dirigir. Já tive propostas de outras empresas de evento para pegar minha agenda e dirigir o agendamento da banda. Acho que eu negociando diretamente com o contratante ele se sente melhor do que se no meu lugar estivesse uma empresa que tabela um preço e nunca tem preço negociável. Eu não quero assim. Gosto de fazer formatura, gosto de fazer casamento. Não só shows abertos ao público, mas também eventos privados. Acho que é onde se dá a qualidade do evento, as pessoas que estão ali, profissionais liberais, formadores de opinião, trazem a soma. De um lado temos o evento vip e do outro lado temos também o povão.

Ou seja a banda Grafith alia a plebe e o jet?

É. Tudo. Hoje a gente alcançou tudo. A superação maior no meu Estado foi o Carnatal. Foi uma superação, Graças a Deus, com uma vitória muito gostosa.

O que trouxe o Carnaval para Grafith?

Grafith deu um novo passo, inclusive com a música do Enfica. Quem diz a música que vai pegar é o povo. Quando Cacá (integrante da banda) trouxe a música do Enfica a gente achava que não iria pegar, mas ela foi a número um do Carnatal. Foi uma repercussão muito boa o Carnatal para gente.

Há uma identificação muito grande do jovem com a banda Grafith?

Hoje eu percebo que temos muitos amigos da época que começamos, hoje são pais de família. Percebo que é de velho a menino. Os adolescentes adoram Grafith.

O que tem Grafith para os adolescentes?

Acho que é esse ritmo de hoje que a gente está fazendo, ele foi muito bem recebido pelo público. Antes tínhamos uma identidade versátil, hoje é mais exclusiva, um estilo que os adolescentes adoram. A criança e o pai escutam. O pai abraça da mesma forma que o filho.

Como Grafith convive com as críticas, inclusive em torno das letras das músicas?

Existem críticas negativas e positivas. E nisso há o lado bom e o ruim. Hoje em dia digo que 99% das críticas nos abraçam. O duplo sentido da música não existe de hoje, existe desde Marinês, Luís Gonzaga. O duplo sentido não vem de hoje. As músicas hoje têm uma letra mais liberal porque hoje a vida é mais aberta mesmo. As críticas negativas existiam em relação a banda. Até quando a banda tinha 15 anos de existência alguns diziam que tinham medo de irem para os shows de Grafith.

Exatamente. Houuve uma época em que show de Grafith foi relacionado a violência.

A gente superou o momento calado. A gente levava porrada e ficava caladinho. Meus irmãos pediam para eu ir a televisão. Mas escutamos calado e depois acabou. Nunca em show da gente ocorreu morte. Aquela violência (comentada) não era no show era quando o rapaz saía e ia para uma avenida e ocorria rixas de bairro. As pessoas sempre nos receberam bem. Quem conhece a gente sabe que nunca nos envolvemos com droga, com bebida alcoólica. Ninguém bebe e nem fuma.

Você não bebe?

Eu não bebo nem socialmente. Até já tentei, já provei cerveja e não bate meu paladar. Não bebo vinho, champagne e cerveja.

Qual a meta de Grafith?

Como estamos indo em setembro a São Paulo, é abrir mais espaço. Nada que o espaço venha se tornar grandioso, se o Rio Grande do Norte nos abraça desse jeito eu prefiro estar em casa. A cada ano aumenta a quantidade de pessoas que admiram o trabalho da gente. O que faltava era o Carnatal, foi superação.

É caro o show da banda?

Não. Tenho preços diferenciados. Show com prefeitura é um preço, com formatura reduzo 50%. Tenho negociação e por isso digo que eu direcionando, não colocando na mão de empresas, fica melhor para o cliente.

Como foi que quatro filhos de militar foram parar no palco da música popular?

Pois é...risos...Meu irmão Joazinho fugia no início da carreira. Meu pai queria que ele fosse profissional liberal.

Tribuna do Norte

Nenhum comentário: