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domingo, 1 de abril de 2012

Peixe sim, mas com pouco sal

Saúde

Bacalhau vira vilão Para fugir do sal, consumidores natalenses optam por outros pescados na Semana Santa
Por Francisco Francerle

O tradicional bacalhau, por uma questão de tradição e fé religiosa, é o mais consumido pela população na Semana Santa que costuma substituir a carne vermelha pela branca. Mas o tradicional peixe, além ser mais oneroso no bolso, é também um vilão para quem tem doenças cardiovasculares devido o alto teor de sal, o que está levando muita gente também a substituí-lo por outros pescados. Embora para muitos seja difícil essa substituição, o resultado dessa troca pode ser um bom paladar e ainda casar bem com o bolso e com a própria saúde.

Para quem quer fugir do sódio do bacalhau, há várias outras opções. Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press Para a nutricionista Érika Melo, do curso de nutrição do Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN) e do Núcleo de Alimentação e Nutrição da Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap), essa prática é muito saudável porque o sal do bacalhau gera muitos problemas aos hipertensos. "O peixe é rico em proteína e, ao mesmo tempo, ajuda a combater o ganho de peso corpóreo e a gordura no sangue. Além disso, existem pescados mais em conta que não pesam tanto no bolso quanto o bacalhau e dão um sabor especial nessa época do ano, como o filé de merluza, surubim e badejo, que são peixes saborosos, têm pouco teor de sal, e valores diferenciados, podendo se adequar bem à mesa de qualquer católico tradicional", disse Érika.

Mas, independente da Semana Santa, o peixe é um bom prato também para quem não tem problemas de saúde, pois ajuda inclusive a prevenir doenças cardiovasculares. Segundo a nutricionista, quem come peixe pelo menos três vezes por semana tem uma tendência maior de não vir a contrair doenças cardíacas.

A cultura nordestina tem hábitos alimentares ricos em gordura, mas o Ministério da Saúde trabalha com a temática de alimentação cada vez mais saudável, retirando parcialmente o que vem a prejudicar a saúde. Mas ela alerta que é importante dar atenção ao preparo do peixe. "O primeiro passo é preparar o peixe sem o couro, somente com a parte do filé, pois no couro está situada uma maior quantidade de gordura. Depois opeixe deve ser preferencialmente cozido na água, com legumes, grelhado no forno, colocar ervas finas com orégano, salsinha, manjericão, ervas naturais que aumentam mais o sabor", recomenda Érika.

Leite de Coco

Outra dica é evitar o consumo de frituras ou o preparo à milanesa que pode até dar um sabor especial, mas não ficará tão saudável se fosse cozido ou grelhado. Também deve-se evitar o azeite de dendê, o óleo de coco e ainda o pirão quando o tempero é o coco, pois trata-se de uma gordura saturada que a longos anos também causa problemas cardiovasculares. "A preparação com leite de coco só é recomendada a cada quinze dias, pode até ser uma comida especial mas nunca deve ser uma comida de rotina", diz ela.

A exemplo do leite de coco, o azeite de dendê também é outro tipo de gordura que não é saudável. Considerada uma comida energética, o pirão não é uma comida reconhecidamente saudável quando se trabalha apenas com leite de coco e farinha refinada. É recomendado optar pela farinha não refinada, e incorporar com verduras como alface e tomate, cenoura, vinagrete.

Adepta de badejo e surubim, Érika recomenda fazê-los desfiados com preparação de lentilha e arroz, alface, tomate, além de feijão verde que agrada ao paladar do natalense. Já os industrializados, como sardinha e atum enlatados, em conserva, não são recomendáveis, diferente dos peixes frescos comprados em feiras ou supermercados. Para quem consome excessivamente os enlatados corre o risco de desenvolver picos de pressão alta.

Por outro lado, é importante não esquecer que o que vem causar doenças está relacionado ao estilo de vida, não se pode crucificar somente a alimentação, é importante que as pessoas evitem a vida sedentária e façam atividade física, gastem energia e queimem as gorduras para que depois as possam consumir através dos alimentos, equilibrando o que consome com o que gasta.

"Se alguém chega aos 50 anos com problemas cardíacos é porque não teve preocupação com uma alimentação mais saudável. É importante que a presença de uma boa alimentação aconteça desde a infância, a partir dos dois anos de idade".

Diário de Natal

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