País é um dos que menos respeita seus mestres, de acordo com um estudo da Fundação Varkey Gems
Trabalho analisou salário e status da profissão em 21 países.
Por Leonardo Vieira
RIO - Uma pesquisa recém-divulgada mostra que o Brasil não tem muitos
motivos para festejar o Dia Mundial do Professor, celebrado em mais de
cem nações neste sábado. O país é um dos que menos respeita os seus professores, de acordo com estudo inédito da Fundação Varkey Gems, sediada nos Emirados Árabes. A
entidade internacional analisou a forma como o docente é valorizado em
21 países, escolhidos segundo critérios de representação regional e de
desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
No chamado ranking de status do professor, o Brasil está em penúltimo
lugar, à frente apenas de Israel. Do outro lado da lista, China, Grécia e
Turquia, respectivamente, são os países que mais respeitam os seus
docentes.Pelo resultado, Brasil, França e Turquia consideram que o magistério se assemelharia à profissão de bibliotecário, ao passo que, no Japão, professores são comparados a funcionários públicos. Já na China, o docente chega a ser visto como um médico.
A pesquisa também descobriu que, nos países que mais respeitam o professor, muitos pais encorajam os filhos a seguir essa carreira. Não é o que acontece no Brasil. Enquanto brasileiros, israelenses e portugueses figuram como os que menos incentivam a docência em casa, na China, Coreia do Sul e Egito, as crianças são estimuladas a se tornar professores.
Já na questão salarial, dos 21 países pesquisados, o salário médio do docente brasileiro só é maior do que no Egito e na China. Em média, 59% de todos os pesquisados nessas localidades acreditam que o rendimento do professor deve ser atrelado ao desempenho do aluno. Mas esse percentual se eleva no Brasil, onde 88% acreditam na remuneração variável. Ainda sobre os salários, no Brasil, Reino Unido e Nova Zelândia, a população acredita que professores ganham 20% a mais do que o real soldo para o início de carreira.
Para a diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz, o resultado da Fundação Varkey Gems não surpreende. Segundo ela, o Brasil é um país onde o professor ganha cerca de 40% a menos do que outros profissionais com ensino superior. Mas não é só na questão salarial que o país decepciona:
- Nós não somos um país que valoriza o conhecimento, mas, sim, apenas o título. O aluno quer terminar o ensino médio ou o superior para ter o diploma, mas não tem a preocupação em saber se ele realmente aprendeu - opina Priscila.
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