Medida que também atinge cigarrilhas e cigarros eletrônicos é a última iniciativa de Michael Bloomberg contra o tabagismo
Fumar vai ser mais difícil para os jovens nova-iorquinos
(Thinkstock)
O prefeito Michael Bloomberg sancionou na noite de terça-feira a
lei que aumenta de 18 para 21 anos a idade mínima para a compra de
cigarros em Nova York. Com a medida, a cidade se tornou a primeira
metrópole americana a adotar esse parâmetro de idade para o fumo. A restrição, que havia sido aprovada no final de outubro
pela Câmara Municipal, inclui também cigarrilhas e cigarros eletrônicos
que contêm nicotina. A norma também estabelece a proibição de descontos
na venda de tabaco, estipulando preço mínimo de 10,50 dólares (cerca de
22 reais) por maço.
“As pessoas tentam colocar o tema da venda de cigarros em um contexto
de empregos e prejuízos para as lojas. Eu acho isso extremamente
errado. É uma questão de matar ou não as pessoas. Neste século um bilhão
de pessoas vão morrer em decorrência do cigarro no mundo. E nós não
queremos que esse número inclua nova-iorquinos”, disse Bloomberg, que
encerra seu mandato em 1º de janeiro.
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O secretário municipal de saúde, Thomas Farley, um dos defensores da
lei, seguiu a mesma linha de raciocínio na cerimônia. “Essas leis ajudam
a salvar vidas, todas essas leis são históricas e provocam repercussão
no mundo”, disse, fazendo uma referência ao fato de que legislações
anteriores da cidade, como a proibição de fumo em bares, foram copiadas
mundo afora.
Segundo o The Wall Street Journal, em 2006, Bloomberg
rejeitou uma proposta parecida, alegando que não estava convencido sobre
seus benefícios. Mas ele acabou mudando de ideia quando a secretaria de
Saúde o informou que 20 000 estudantes de escolas municipais eram
fumantes e que 80% dos consumidores de cigarro de Nova York haviam
começado a fumar antes dos 18 anos.
Quando aprovaram a lei, os vereadores de Nova York fizeram apenas uma
concessão ao votar a proposta: retiraram um artigo que previa a
proibição da exibição das carteiras de cigarro nas lojas. Tal medida foi
alvo de críticas de comerciantes, que afirmaram que ela prejudicava as
vendas.
Embora elogiada pelos legisladores, a nova lei também gerou críticas
de especialistas de segurança, que apontaram que ela vai favorecer o
comércio ilegal de cigarros. Segundo a ativista Audrey Silk, que chefia
um grupo de fumantes que é contra as restrições ao cigarro, a nova lei é
hipócrita e paternalista. "Imaginem uma lei que afirme que pessoas
entre 18 e 20 anos são estúpidas. É isso que a Câmara Municipal fez”,
disse ela em um comunicado.
Desde que Michael Bloomberg assumiu a prefeitura, Nova York tem
imposto uma série de leis para combater o fumo. Em 2003, a cidade
aprovou a proibição do consumo de cigarros em bares e restaurantes. Em
2011, foi a vez de banir os cigarros de parques, praias e praças. A cidade também mantém uma das taxações do produto mais pesadas do país.
Veja.com
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