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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Saiba quais são os riscos de reaproveitar a cera de depilação

Aquecer o produto não mata o vírus HPV; doenças causadas por fungos e bactérias também podem ser transmitidas se não há descarte 
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É importante que a cera seja jogada no lixo
 após ser retirada da pele (Foto: Getty Images)
Descartar a cera é pré-requisito no processo de depilação. Todas as profissionais do ramo de beleza conhecem bem a regra, o problema é quando resolvem abrir uma exceção e reaproveitar o produto, ignorando completamente os riscos à saúde de seus clientes. Apesar da alta temperatura, a cera reaquecida várias vezes não elimina vírus, bactérias e fungos que podem causar sérias infecções na pele e até câncer. A doença mais perigosa e complicada de ser tratada é o HPV (papilomavírus humano), um vírus responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero. “Em hipótese alguma a cera deve ser reutilizada com a justificativa de que o vírus morre com o aquecimento.
O HPV é altamente contagiosos e super resistente. Se houver secreção vaginal com o vírus, ele permanecerá ali. Em contato com a mucosa, ele pode ser transmitido”, explica a dermatologista Carolina Marçon.

Há mais de cem tipos diferentes de HPV e muitas pessoas nem sempre sabem identificar quando estão contaminadas porque a doença se manifesta de forma diferente. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, cerca de 270 mil morrem por ano devido ao câncer do colo do útero. No Brasil, o Inca (Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva) estimou o surgimento de 15 mil novos casos da doença.

O cenário é tão preocupante que o Ministério da Saúde realiza campanha anual de vacinação contra o vírus. Até o início de dezembro, 5 milhões de meninas com idades entre 11 e 13 anos foram imunizadas; a partir de 2015, as pequenas de 9 a 11 serão vacinadas. “Ficar atenta se a cera é reaproveita no salão também é uma forma de controlar a doença”, orienta a médica, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A micose é outra doença que pode ser transmitida pela cera reutilizada. “Se a pessoa está com uma micose em alguma parte do corpo, o fungo que causa esta infecção pode permanecer no produto mesmo após o aquecimento”, lembra Carolina. A especialista destaca, ainda, que infecções bacterianas também podem ser passadas a outras pessoas. “A bactéria vai proporcionar, por exemplo, a furunculose e o abscesso (acúmulo de pus no tecido)”, esclarece.

Minimize os riscos
Para evitar a contaminação, a única alternativa é jamais usar cera reaproveitada. O problema é que não há como saber se o produto já foi utilizado em outra pessoa antes. Em alguns salões, a cera é reaquecida e passada em uma espécie de peneira para retirar algum resquício de pelo e parecer novinha. Cuidado, as aparências enganam!

“Não há como saber se é reuso somente olhando a cera. Então, é preciso perguntar e prestar atenção no ambiente”, sugere a dermatologista, indicando os pontos que devem ser observados antes de encarar a depilação fora de casa: a profissional deve usar luvas e espátula descartáveis, além de máscara; os lençóis de maca precisam ser de papel e trocados antes do uso; a cera deve ser jogada no lixo após ser retirada da pele; é importante evitar pinças, principalmente na virilha.

Além de analisar o ambiente de depilação, uma dica é optar pelo método roll-on – quando o produto é eliminado da pele com papel de TNT (Tecido não Tecido). A cera fria também é aplicada desta forma, é um processo menos agressivo e evita queimaduras, porém, pouco recomendado a pessoas muito sensíveis à dor.

Tratamento precoce
Independentemente dos cuidados com o local de depilação, ninguém está completamente imune. Por este motivo, é importante procurar um médico diante de qualquer lesão na pele. “O HPV pode se manifestar como uma verruga, mas há outras formas. A micose pode parecer um ressecamento ou uma mancha na pele. Não importa a forma, os riscos de espalhar rapidamente e transmitir para outras pessoas são grandes. Tratar precocemente garante resultados mais efetivos e evita a contaminação”, conclui a dermatologista.

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