Xilogravura e literatura de cordel, tradições medievais ibéricas que resistem ao tempo e tem o Nordeste brasileiro como principal celeiro criativo, ganham destaque na exposição "Caras de Cordel", que reúne livretos de poesia popular e imagens em xilo na Biblioteca da Universidad del Valle de Mexico. O projeto busca traçar paralelos entre a produção tupiniquim e os trabalhos em litografia do artista plástico mexicano José Guadalupe Posada (1852-1913), cuja temática também passeia pela crítica social - assunto recorrente nos cordéis.
Cordel potiguar se encontra com obra de Guadalupe Posada
A iniciativa é capitaneada pela estudante potiguar de Comunicação Social Agathae Montecinos, que faz intercâmbio no México desde agosto de 2011, e conta com apoio da Fundação José Augusto. "Além de aproximar as culturas, pretendo estreitar o diálogo entre as linguagens através desse comparativo", informou Agathae.
Ela lamenta a pouca duração da exposição, pois retorna ao Brasil no próximo dia 2 de março. "Felizmente o material será incorporado ao acervo permanente da biblioteca." Ontem, durante a abertura da exposição, a estudante exibiu vídeos e contextualizou o universo popular dos cordéis. A coordenação do projeto é do professor Dante Figueroa, coordenador do curso de Comunicação Social da Universidad del Valle de Mexico.
As xilografias cedidas fazem parte do projeto Chico Traíra da FJA, e os livretos doados foram editados pela Casa do Cordel.
Tribuna do Norte
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