Quer limpar o nome? Fuja de armadilhas
Quem
está com dívidas não vê a hora de limpar o nome e, por isso, pode
acabar se deixando levar por promessas de ajuda que nem sempre são
interessantes. Conheça as armadilhas mais
comuns para quem quer limpar o nome Leia mais Getty Images/iStockphoto
Quer limpar o nome? Fuja de armadilhas
LIMPE
SEU NOME SEM PAGAR A DÍVIDA - Desconfie sempre de promessas como essa,
comum na internet. Para ter o nome limpo, o consumidor precisa pagar ou
pelo menos negociar a dívida com o credor. Mesmo depois de cinco anos,
quando o nome tem de ser retirado do cadastro, a dívida continua
existindo e deverá ser paga, porque o consumidor ainda poderá ser
cobrado na Justiça Leia mais Getty Images/iStockphoto
KITS
QUE AJUDAM A LIMPAR O NOME - Esse material também costuma ser oferecido
pela internet, a preços a partir de R$ 15. Os vendedores até podem
enviar kits, apostilas, CDs e DVDs. Porém, em geral, esse material
contém informações que podem ser facilmente obtidas gratuitamente pela
internet ou nas empresas que mantêm os cadastros de proteção ao crédito Leia mais Shutterstock
Quer limpar o nome? Fuja de armadilhas
CONSULTAS
A PARTIR DE R$ 10 - O consumidor não precisa pagar para saber se seu
nome está incluído nos cadastros de proteção ao crédito. Indo
pessoalmente a um posto de atendimento da Boa Vista Serviços, que mantém
o SCPC (na imagem), do SPC Brasil ou da Serasa Experian, ele obtém essa
informação gratuitamente Leia mais
Quer limpar o nome? Fuja de armadilhas
RENEGOCIAÇÃO
COM LOJAS E FINANCEIRAS - O consumidor também não precisa de um
intermediário para renegociar suas dívidas. Ele pode procurar o credor
sozinho e apresentar uma proposta. Caso tenha dúvida sobre os juros
cobrados na dívida, pode obter orientação no Procon antes de ir atrás da
loja ou do banco Leia mais Getty Images/iStockphoto
Quer limpar o nome? Fuja de armadilhas
IDENTIFICAÇÃO
DE CREDORES - Muitos consumidores vão ao Procon reclamar que deram
dinheiro a um escritório que prometeu intermediar a negociação da
dívida, mas que apenas identificou os credores. O problema aqui é que o
consumidor acha que está pagando pela intermediação e pela quitação da
dívida, mas, na verdade, o dinheiro foi apenas para o escritório Leia mais Shutterstock
"Consultas SPC e Serasa a partir de R$ 10. Regularizamos, legalmente,
pendências financeiras", diz um folheto. "Se você tem restrições em seu
nome, ligue e informe-se", diz outro, grampeado a uma mensagem
religiosa.
Uma caminhada pela rua Boa Vista, no centro de São Paulo, pode resultar
no recebimento, em mãos, de diversas ofertas desse tipo, feitas por
empresas que se dizem especializadas em reabilitação de crédito.
As ofertas se espalham também pela internet. "Limpe seu nome sem pagar a dívida", diz um site. Outra empresa se oferece para limpar o nome do consumidor sem que ele enfrente burocracia. O serviço pode ser pago com cartão de crédito do próximo consumidor ou de outra pessoa.
Kits vendidos na rede a partir de R$ 15 prometem servir de manual para quem está com o nome sujo e quer sair dessa situação.
Todas essas ofertas têm uma coisa em comum: se referem a serviços desnecessários. Alguns são, também, ilegais.
Se, mesmo assim, o nome do consumidor for negativado, os próprios serviços de proteção ao crédito mantêm centrais de atendimento em que é possível descobrir se o CPF está com algum tipo de restrição.
Em nenhum dos dois casos ele precisa pagar para obter essa informação. (A Serasa Experian até tem um serviço pago, mas ele inclui outros benefícios e é prestado online.)
"Não é preciso comprar kits ou pagar para receber esse tipo de informação. É possível ir a qualquer posto de atendimento da Serasa", diz Maria Zanforlin, supervisora de serviço ao consumidor da Serasa Experian.
O mesmo vale para outros cadastros, como o do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Boa Vista Serviços, e o SPC Brasil.
"Não é ilícito se propor a ajudar o consumidor a resolver seu problema vendendo para ele um kit com informações que podem ajudar. Mas não é necessário. O consumidor não precisa de intermediários, principalmente remunerados", diz Fernando Cosenza, diretor de marketing, inovação e sustentabilidade da Boa Vista Serviços.
Alguns golpes consistem em dar ao consumidor uma expectativa falsa sobre esse assunto.
Existem escritórios, por exemplo, que se oferecem para negociar a dívida do consumidor com base em argumentos como a cobrança de juros abusivos. O escritório cobra uma taxa (que pode variar de R$ 10 a R$ 150) para dar entrada no questionamento da dívida na Justiça. O juiz acata o pedido e o nome do consumidor é retirado do cadastro de proteção ao crédito.
É comum, porém, que a Justiça, depois de analisar o caso, considere que a dívida estava correta, o que fará com que o nome do cliente volte a ficar sujo. Nessa hora, ele procura o escritório que fez o questionamento e não encontra mais ninguém no telefone ou endereço antigos.
Outra oferta grave prolifera pela internet: empresas que cobram R$ 250 para tirar o nome do consumidor do cadastro por meio de uma alteração direta no banco de dados. As empresas não dizem como fazem a retirada, mas alertam que não dão garantias e trabalham em sigilo absoluto.
"Trata-se de um golpe, porque não é possível limpar o nome sem pagar a dívida legítima", diz Fernando Cosenza, da Boa Vista. "Ao fim do processo, o consumidor se vê na pior das situações: não deixou de ter a dívida e ainda perdeu o dinheiro que pagou pelo serviço."
As ofertas se espalham também pela internet. "Limpe seu nome sem pagar a dívida", diz um site. Outra empresa se oferece para limpar o nome do consumidor sem que ele enfrente burocracia. O serviço pode ser pago com cartão de crédito do próximo consumidor ou de outra pessoa.
Kits vendidos na rede a partir de R$ 15 prometem servir de manual para quem está com o nome sujo e quer sair dessa situação.
Todas essas ofertas têm uma coisa em comum: se referem a serviços desnecessários. Alguns são, também, ilegais.
COMO DESCOBRIR SE SEU NOME ESTÁ SUJO
CADASTRO | PESSOALMENTE | |
SERASA EXPERIAN | É preciso ir a uma unidade levando CPF e pelo menos um dos seguintes documentos originais: RG, carteira de trabalho ou de motorista. A consulta é gratuita | |
SCPC (BOA VISTA SERVIÇOS) | Para fazer a consulta pessoalmente, é preciso levar CPF e um documento de identificação. A consulta é gratuita. Veja os endereços dos postos de atendimento aqui | |
SPC BRASIL | O consumidor pode consultar a situação de seu CPF na Câmara de Dirigentes Lojistas ou na Associação Comercial de sua cidade. É preciso levar o CPF original. A consulta é gratuita |
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A empresa tem um serviço que permite a consulta pela internet. Esse serviço, no entanto, é cobrado, e custa a partir de R$ 10 mensais | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O consumidor também pode descobrir como está a situação do seu CPF pela internet. O serviço é gratuito | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A empresa não oferece serviço de consulta pela internet |
Consumidor pode descobrir se está com nome sujo sem pagar nada
Quando o consumidor fica inadimplente, é obrigação da empresa para a qual ele está devendo alertá-lo antes de enviar seu nome para os cadastros de proteção ao crédito. Assim, ele terá a chance de quitar a dívida.Se, mesmo assim, o nome do consumidor for negativado, os próprios serviços de proteção ao crédito mantêm centrais de atendimento em que é possível descobrir se o CPF está com algum tipo de restrição.
Em nenhum dos dois casos ele precisa pagar para obter essa informação. (A Serasa Experian até tem um serviço pago, mas ele inclui outros benefícios e é prestado online.)
"Não é preciso comprar kits ou pagar para receber esse tipo de informação. É possível ir a qualquer posto de atendimento da Serasa", diz Maria Zanforlin, supervisora de serviço ao consumidor da Serasa Experian.
O mesmo vale para outros cadastros, como o do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Boa Vista Serviços, e o SPC Brasil.
"Não é ilícito se propor a ajudar o consumidor a resolver seu problema vendendo para ele um kit com informações que podem ajudar. Mas não é necessário. O consumidor não precisa de intermediários, principalmente remunerados", diz Fernando Cosenza, diretor de marketing, inovação e sustentabilidade da Boa Vista Serviços.
Limpar o nome sem pagar ou negociar a dívida é golpe
Da mesma forma, não é preciso pagar uma taxa para retirar o nome dos cadastros. Mas é necessário, claro, pagar a dívida ou pelo menos negociá-la para que isso aconteça.Alguns golpes consistem em dar ao consumidor uma expectativa falsa sobre esse assunto.
Existem escritórios, por exemplo, que se oferecem para negociar a dívida do consumidor com base em argumentos como a cobrança de juros abusivos. O escritório cobra uma taxa (que pode variar de R$ 10 a R$ 150) para dar entrada no questionamento da dívida na Justiça. O juiz acata o pedido e o nome do consumidor é retirado do cadastro de proteção ao crédito.
É comum, porém, que a Justiça, depois de analisar o caso, considere que a dívida estava correta, o que fará com que o nome do cliente volte a ficar sujo. Nessa hora, ele procura o escritório que fez o questionamento e não encontra mais ninguém no telefone ou endereço antigos.
Outra oferta grave prolifera pela internet: empresas que cobram R$ 250 para tirar o nome do consumidor do cadastro por meio de uma alteração direta no banco de dados. As empresas não dizem como fazem a retirada, mas alertam que não dão garantias e trabalham em sigilo absoluto.
"Trata-se de um golpe, porque não é possível limpar o nome sem pagar a dívida legítima", diz Fernando Cosenza, da Boa Vista. "Ao fim do processo, o consumidor se vê na pior das situações: não deixou de ter a dívida e ainda perdeu o dinheiro que pagou pelo serviço."
Aiana Freitas
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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